Thaysa Campos dos Santos, de 23 anos, perdeu a vida em setembro de 2002 enquanto estava grávida de 8 meses. Um ano depois, a Polícia Civil ainda não conseguiu resultados no exame que apontem como tudo aconteceu e o que houve com o bebê que ela esperava, já que ele não foi encontrado no útero dela.
A mãe de Thaysa, Jaqueline Campos, contou nesta última segunda feira, 13 de setembro, que sonhou com a filha no último dia 8. A psicopedagoga afirmou que Thaysa dizia para a mãe o apelido de dois homens e um nome de uma terceira pessoa, todos eles teriam supostamente envolvimento com o caso.
“No sonho eu estava numa festa quando, de repente, vi a Thaysa passando. Segurei ela e disse, filha me conta quem fez isso com você, quem fez esta maldade? Ela me olhou e respondeu dois apelidos e um prenome de uma terceira pessoa. Eu nunca ouvi falar dos apelidos e do nome que ela disse, mas pedi para meu advogado levar isso para a policia. Foi uma coisa muito forte. Acordei assustada e corri para procurar um papel e escrever tudo. Continuo querendo respostas. Não aguento mais esta agonia de não saber quem matou minha e por que isso aconteceu. E ainda por cima não sei se minha neta que ela esperava está viva”, relatou.

A exumação
Thaysa Campos do Santos, de 23 anos, estava grávida de 8 meses quando foi perdeu a vida em setembro do ano passado. E resultados preliminares da exumação do corpo da manicure revelaram que o bebê que estava dentro do ventre dela não estava lá. A conclusão é a mesma de outro laudo, feito por um legista na época do acontecimento, no Instituto Médico-Legal do Rio. Não foi possível identificar o motivo do falecimento dela por conta do estado avançado de decomposição do corpo.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está investigando o caso e tenta descobrir quem fez isso com Thaysa e o que ocorreu com Isabella, nome escolhido pela vítima para a filha. Durante os exames pós exumação uma perita especializada em antropologia forense, especialidade que busca, entre outras coisas a causa de uma morte, recolheu amostras da medula óssea da jovem. Caso elas estejam preservadas, passarão por uma cuidadosa análise toxicológica. Esse resultado poderá explicar, por exemplo, se Thaysa teria sido obrigada a tomar algum medicamento para tirar o bebê. Ainda não tem um prazo estabelecido para os resultados do exame.
Nelson Massini, professor de medicina legal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), analisou no início de julho o laudo cadavérico da vítima a pedido do EXTRA, tentando encontrar produtos químicos na medula óssea da mulher, para ajudar a esclarecer o caso. “Se a medula encontra-se melhor guardada, os fenômenos destrutivos demoram mais tempo para chegar nela. Nesse caso se o exame indicar que ela está preservada deve ser tentado uma análise para se buscar impregnação substâncias químicas”, disse Massini.
Entenda o caso
Thaysa era manicure e o nascimento do bebê estava previsto para outubro de 2020, mas ela desapareceu um mês antes, em setembro. O corpo dela foi encontrado quase 10 dias após o desaparecimento. O caso estava sendo investigado inicialmente pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), e foi transferido para Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
À pedido do Extra, Nelson Massini, professor de medicina legal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), analisou o laudo e concluiu que o mais provável é que o bebê tenha sido sequestrado. “O mais próximo do possível é que o feto foi levado e tenha nascido vivo”, ele disse.
A desconfiança é que o bebê tenha nascido e alguém tenha o levado, isso, segundo o médico, levando em consideração o exame do IML que não encontrou a placenta ou vestígios do bebê no ventre da jovem. Ou seja, ela poderia ter entrado em trabalho de parto antes de perder a vida.