Um bebê de apenas um ano e oito meses morreu, neste sábado, 24 de setembro, após ter os rins, pulmões e a garganta afetados por uma bactéria. Benjamin das Chagas Silva ficou por quatro dias com inchaço no rosto e pescoço, além de febre. A família contou ao G1 que ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA Sul), em Tocantins, mas uma médica disse que se tratava de caxumba. Depois da morte, os pais procuraram uma delegacia de Polícia Civil para denunciar o caso. Eles também pretendem ingressar com uma ação judicial por danos morais alegando negligência.

Benjamin faria dois anos em dezembro. Ele era gêmeo, seu irmão é o Enzo. Na última quarta-feira, 21 de setembro, o menino começou a ter febre. A família também notou um caroço no pescoço dele. A mãe então levou o filho para a UPA Sul. “A gente chegou lá, ela perguntou o que era. Pegou, bateu um raio-x, eu voltei com ele [no consultório] e ela falou que era caxumba. Ela disse: ‘Eu vou passar uma dipirona no bumbum dele e você pode ir para casa”, contou Francileide das Chagas Silva. No próximo dia, a criança amanheceu com o rosto inchado e com febre ainda mais forte. Benjamin também estava se alimentando com dificuldades.

“Eu fui até a casa da minha irmã e vi que não era normal. Como ele estava com caxumba se ele é vacinado? Nós levamos ele para a Unidade de Saúde da Família da 1.304 Sul. O médico não quis nem pegar na criança porque caxumba é transmissível. Ele nem examinou, disse que era para voltar para casa e continuar com a medicação receitada pela médica”, afirmou a tia do menino ao G1. Ela disse que questionou o médico. Também sugeriu que o garoto fosse encaminhado para o Hospital Infantil, porque não conseguia se alimentar direito.“O médico ligou para uma servidora do hospital e ela disse que lá não tinha sala de isolamento e que a criança deveria ser encaminhada para uma UPA”.

No sábado, 24 de setembro, os sintomas no menino se agravaram. Os pais o levaram para a UPA Sul novamente. Um médico disse que o estado de saúde dele era preocupante e que tentaria salvar a vida dele. O bebê foi encaminhado para a sala de emergência.“O médico questionou porque não havíamos levado a criança antes porque a doença havia se agravado. Falou que iria tentar salvar a vida dele, porque ele corria risco de morte”. Cerca de 40 minutos depois, a família recebeu a notícia da morte da criança. De acordo com a tia, um exame feito no Instituto Médico Legal apontou que Benjamin teve uma bactéria que se espalhou pelo sangue e paralisou os pulmões e rins.”Faltou, não só o exame, mas a boa vontade e o respeito. A gente quer justiça pela morte dele”.