A catapora, também conhecida como varicela, é uma daquelas doenças que quase todo mundo conhece pelo menos de nome. Causada pelo vírus Varicella zoster, ela é altamente contagiosa e costuma assustar bastante quando aparece em bebês.
O primeiro sinal da catapora costuma aparecer na pele. Começa com lesões avermelhadas que coçam bastante. Depois, essas manchas se transformam em pequenas bolhas com um líquido claro, que podem até parecer gotas de orvalho. Com o passar dos dias, as bolhas estouram, ficam amareladas, secam e viram casquinhas.
Essas lesões geralmente surgem primeiro na cabeça, rosto e tronco e, em seguida, se espalham pelo resto do corpo. Em alguns casos, podem aparecer também na boca e até nas regiões genitais. Um detalhe curioso é que, em uma mesma área, podem existir lesões em diferentes estágios: umas já com casquinhas e outras ainda em forma de bolhas.
O bebê pode pegar catapora?
Sim, pode. Mas é menos comum. Isso porque muitos bebês nascem com anticorpos passados pela mãe durante a gestação, desde que ela já tenha tido catapora ou tomado a vacina. Quando a infecção ocorre antes do primeiro ano de vida, ela costuma ser mais leve. Porém, bebês com menos de 1 mês expostos ao vírus podem desenvolver formas mais graves da doença. Nesses casos, é fundamental buscar atendimento médico o quanto antes.
A vacina contra a catapora faz parte do calendário nacional desde 2013, e a primeira dose costuma ser aplicada a partir de 1 ano. Se houver contato com alguém infectado, o pediatra pode recomendar uma dose emergencial da vacina a partir dos 9 meses.
Como a catapora é transmitida
O contágio acontece pelo contato com secreções (espirros, saliva, tosse) ou diretamente com as lesões da pele. Estar no mesmo ambiente que uma pessoa infectada por mais de 15 minutos já pode ser suficiente para transmitir o vírus. O período de incubação vai de duas a três semanas. E atenção: a criança começa a transmitir o vírus cerca de dois dias antes das primeiras bolhas aparecerem.
Sintomas da catapora no bebê
Além das bolhas características, o bebê pode apresentar falta de energia, febre baixa, nariz escorrendo, tosse leve e até perda de apetite. A doença costuma durar em torno de dez dias. Mesmo que o bebê esteja bem, é importante mantê-lo em casa até que todas as lesões tenham virado casquinhas.
O que fazer se o bebê teve contato com alguém infectado
Se o contato ocorreu há menos de 72 horas e o bebê ainda não foi vacinado, o pediatra pode indicar a aplicação da vacina como forma de prevenção. Em situações especiais, como bebês com sistema imunológico comprometido, pode ser recomendada a aplicação de imunoglobulina, que são anticorpos prontos contra o vírus.

Tratamento: foco nos sintomas
Na maioria dos casos, trata-se apenas os sintomas. Medicamentos antivirais costumam ser usados apenas em casos mais graves ou em crianças com imunidade baixa. É essencial garantir que o bebê tome bastante líquido e descansar bastante.
Mas atenção aos medicamentos: o uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) é contraindicado por risco de uma condição rara chamada síndrome de Reye. Também é melhor evitar o ibuprofeno, que pode aumentar o risco de infecções na pele. E o velho permanganato de potássio, usado em banhos antigamente, não é mais recomendado por risco de queimaduras.
Como aliviar o desconforto
Para ajudar o bebê a lidar com a coceira, os banhos mornos com amido de milho ou aveia (dentro de um paninho) podem ser uma boa ideia. Pasta d’água também é uma opção. É importante tentar evitar que o bebê coce as lesões para prevenir infecções e cicatrizes. Mantenha as unhas sempre cortadas e, se necessário, use luvas. Se a coceira estiver muito intensa, o pediatra pode indicar o uso de um anti-histamínico.
Apesar de geralmente ser uma doença leve, a catapora pode evoluir para complicações como infecções bacterianas, pneumonia ou encefalite, um inchaço no cérebro. Se a febre voltar depois de alguns dias, as lesões ficarem com pus ou houver sinais nos olhos, procure o pediatra.
Catapora e gravidez: cuidado redobrado
Mulheres grávidas que nunca tiveram catapora ou não foram vacinadas devem evitar o contato com crianças infectadas. A infecção pode trazer riscos ao bebê em desenvolvimento. Um simples exame de sangue pode dizer se a gestante é imune ou não.
Se a grávida contrair catapora nos últimos dias da gestação, o recém-nascido pode desenvolver uma forma mais grave da doença. Nestes casos, o acompanhamento médico é fundamental.
Amamentar é possível?
Se a mulher desenvolver catapora, é bem provável que o bebê já tenha sido exposto ao vírus antes mesmo dos primeiros sintomas. Por isso, separar mãe e bebê pode não ser eficaz. O ideal é seguir as orientações do pediatra, mantendo os cuidados e tentando evitar o contato direto da mãe doente com outras pessoas.








