Um bebê é classificado como prematuro quando nasce antes das 37 semanas de gestação, e para muitos pais, este período é marcado por longos dias cheios de medo, atenção redobrada e aquele misto de fragilidade e esperança que só quem passou por uma UTI neonatal consegue descrever. A pesquisa “A Proteção aos Prematuros no Brasil”, realizada pelo Datafolha a pedido da Sanofi, escuta justamente essas famílias e ajuda a entender por que a vacinação pode despertar tantos sentimentos, apesar de ser uma etapa essencial.
De acordo com o estudo, 65% dos pais classificam a vacinação como uma experiência de estresse moderado a intenso. O dado não surpreende quando se sabe que 92% dos bebês passaram por internação neonatal, muitos lutando para ganhar peso, respirar sozinhos ou superar riscos reais à vida. Quase metade dos responsáveis relata medo de reações adversas; outros sentem culpa, ansiedade ou receio de ver o bebê “sofrer”. Essas emoções se sobrepõem à memória ainda viva da fragilidade inicial, fazendo com que o ato de vacinar, para muitos, pareça uma retomada daqueles dias difíceis.

Por que a proteção não pode esperar
O medo que muitas famílias sentem na hora da vacinação costuma nascer das lembranças da UTI neonatal e de tudo o que aquele começo exigiu. Mesmo assim, adiar não é uma opção segura. Como o sistema imunológico do prematuro é ainda mais vulnerável, a vacina funciona como uma camada extra de proteção, essencial para evitar infecções graves. Quando esse entendimento chega com clareza e acolhimento, o momento da vacinação deixa de ser apenas tenso — e passa a ser parte importante do cuidado diário com o bebê.
Entretanto, como explica o infectologista pediátrico Dr. Daniel Jarovsky, justamente por serem mais vulneráveis, os prematuros precisam de proteção precoce e rigorosa. Mas o levantamento mostra que há percepções equivocadas que atrasam esse cuidado: 1 em cada 4 pais prefere adiar a vacina esperando que o bebê “fique mais forte”, e 36% acreditam que o calendário é igual ao de bebês nascidos a termo, o que não é verdade. “Os pais de prematuros carregam uma memória de fragilidade intensa. Quando chega o momento da vacinação, muitos revivem aquele período crítico. Mas é justamente por terem maior risco de infecções graves que os prematuros precisam ser vacinados no tempo certo e com as recomendações específicas”, explica.
Informação que acolhe: o papel dos profissionais e dos CRIEs
A pesquisa revelou também que 43% das famílias receberam orientações contraditórias sobre vacinação, vindas de redes sociais, parentes e até profissionais de saúde. Para um grupo que já viveu situações tão delicadas, essa falta de clareza multiplica a insegurança. Apesar de o calendário recomendado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) ser bastante específico, com vacinas como a hexavalente acelular, anticorpos monoclonais contra VSR e outros imunobiológicos, apenas 39% dos responsáveis conhecem os CRIEs, serviços preparados justamente para atender prematuros com mais segurança e orientação. Entre quem conhece, porém, 85% usa o serviço, o que mostra seu potencial transformador.

Mesmo diante de tantos desafios, o estudo revela algo importante: 58% dos pais relatam alívio ao vacinar seus filhos, sentindo que estão fazendo o melhor por eles. Para Denise Suguitani, diretora executiva da ONG Prematuridade.com, a chave está em comunicação clara e empática.
Quando a orientação chega sem ruído — e com acolhimento — a vacinação deixa de ser um momento de tensão para se tornar um gesto de cuidado e proteção, capaz de fortalecer vínculos já tão marcados pela coragem.
Quais complicações na gravidez podem levar ao parto prematuro?
Muita gente ainda não sabe, mas algumas complicações na gravidez podem aumentar muito o risco de parto prematuro. Uma pesquisa da Pampers mostrou que metade das mães e pais brasileiros desconhece essas situações, o que torna ainda mais importante falar sobre o assunto com clareza e empatia. A pesquisa foi conduzida pelo instituto ASL Perception e ouviu mil pessoas de todo o Brasil: entre elas, 75% mulheres e 23% homens, com idades entre 18 e 40 anos, residentes nas cinco regiões do país: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
No Brasil, ainda segundo a pesquisa da Pampers, cerca de 11% dos bebês nascem antes das 37 semanas de gestação, um dado que coloca o país entre os líderes mundiais em números absolutos de partos prematuros. A maioria desses casos poderia ser evitada com prevenção e diagnóstico precoce. Apesar dos avanços na medicina, muitos desses bebês enfrentam desafios de saúde, como dificuldade respiratória e necessidade de internação em UTI neonatal. Quanto mais cedo o parto acontece, maiores são os riscos.










