Depois de denunciar a creche, na qual o filho estudava, Keli Antoniolo, conversou com o Estadão e revelou maiores detalhes da investigação e do estado de saúde do filho. Hector estava sendo dopado pelas professoras da escola com Clonazepam. O menino de dois anos passou por exames toxicológicos depois da denúncia da mãe.
Keli conta que o filho sempre ia bem para a escola, mas quando voltava, estava sempre passando mal, vomitando ou com algum mal estar. “Dos 6 aos 11 meses, foi um pesadelo. Meu filho passava mal. Ele ficava com a boca torta, olhar longe, vomitava muito e até desmaiava. Fazia exames e não dava nada.”
A mãe, que é educadora infantil, começou a desconfiar que a creche poderia estar fazendo alguma coisa com Hector. O menino estudava no Cemei Valter Peresi, em Votuporanga, São Paulo. E depois do episódio mais grave, em outubro de 2018 ela ficou ainda mais desconfiada.
Hector ficou desacordado por muito tempo e quando acordava, vomitava muito. Ele foi internado pela primeira vez em 5 de outubro e quando voltou para a escola no dia 18, passou mal de novo. “Desconfiei que estavam dopando meu filho.”, explica Keli ao Estadão.
A mãe fez a denúncia imediatamente, a criança fez o toxicológico e depois de seis meses, o resultado saiu, o laudo precisa passar por vários órgãos. A polícia já tinha iniciado um inquérito. Mas no começo de maio, a prefeitura de Votuporanga abriu uma sindicância e reforçou que os professores só podem medicar alunos, com a indicação dos pais.
“Desde que o meu bebê começou a passar mal, comecei a fazer tratamento para ter apoio psicológico.”, contou a mãe que já matriculou o filho em outra escola. O pior de tudo é que Keli se sentia culpada por não ter descobrido que o filho estava sendo dopado antes.
Mas a denúncia dela serviu para que outras mães falassem sobre isso. Segundo o Estadão oito mães suspeitam que seus filhos tenham sido dopados no Cemei.
“Fazia 15 dias que estava indo ao berçário. Eu o peguei desacordado. Disseram que chorou muito e dormiu. Aí ficou dois dias na UTI. Fizeram ressonância e exames, mas não detectaram nada”, disse a funcionária pública Fernanda Oliveira, mãe de uma criança de dois anos.
Segundo a portaria no Diário Oficial do Município, a apuração da sindicância, é necessária por causa da “gravidade das denúncias”. A comissão do município vai acompanhar também o inquérito policial. A prefeitura ainda disse que na época não havia exames médicos ou qualquer outro material com embasamento legal que determinasse providências administrativas.
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