Um útero artificial foi desenvolvido para bebês prematuros extremos, que nasceram entre 23 e 24 semanas de gestação, pelo Hospital da Filadélfia, nos Estados Unidos. Os testes ainda estão sendo desenvolvidos em animais, mas em 2020 serão realizados em humanos, conforme uma autorização do governo americano.
Em entrevista ao R7, o professor Lourenço Sbragia Neto, chefe da Divisão de Cirurgia Pediátrica do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) da USP, disse que o projeto foi testado com sucesso em ovelhas e é formado por uma bolha que imita as condições do útero.
Um cateter é colocado no bebê e tem a função de agir como um cordão umbilical, levando nutrientes a partir do bombeamento de sangue. De acordo com Lourenço, os filhotes tiveram quase o mesmo desenvolvimento de uma gestação humana de 37 semanas.
Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que pelo menos 15 milhões de bebês nascem prematuros durante o ano e que destes, pelo menos 1 milhão não resiste. Os que conseguem sobreviver, podem ficar com sequelas e pesam em média 500g, enquanto um bebê com tempo adequado de gestação pesa 2,5 kg.
A principal sequela geralmente é o retardo mental, pois a criança possui vasos muito frágeis e quantidade variada de oxigênio, que pode causar uma espécie de derrame. De 5% a 10% dos bebês prematuros podem apresentar enterocolite necrosante, que é quando o intestino necrosa, e também problemas pulmonares, pois os pulmões não estão completamente desenvolvido. “Se funcionar bem para os bebês prematuros, pode também ser uma solução para cirurgias fetais. Ao invés de operar o bebê dentro do útero, poderíamos tirar o bebê da barriga da mãe, operar e colocar no útero artificial para terminar o desenvolvimento”, conclui o professor.
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