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O limite é nosso maior gesto de amor

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Publicado em 26/09/2022, às 11h48 por Beto Bigatti


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Se fizéssemos hoje uma votação para eleger o maior desafio, a parte mais assustadora, aquela que nos faz chorar no cantinho, tenho certeza de que “como impor limites na criação dos filhos” ganharia de lavada esse placar da parentalidade. Concorda? Creio que a dificuldade vem da confusão. Em um mundo em que há sempre uma teoria para acabar com os “limites que te prendem ao fracasso” ou te ensina insistentemente a “vencer na vida rompendo as crenças limitantes”, fica difícil enxergar “limites” como algo positivo.

É fundamental dar a base e limites para as crianças: isso é uma grande prova de amor (Foto: iStock)

Neste contexto, onde o limite ganha tantas conotações pejorativas, nasce a confusão que prejudica pais e mães na hora de educar seus filhos. Impor limites a um filho ou deixá-lo livre para os maiores voos imagináveis? Misturam-se alhos com bugalhos e, claro, a combinação tem péssimas consequências.

É óbvio que ninguém quer podar as asas de um filho. Todos queremos que alcancem tudo aquilo que os fará felizes. Desejamos sucesso na carreira, na família, no esporte, nas amizades. Ninguém é doido de desejar o contrário deste combo da felicidade para o seu filho. Porém, eu voltaria uma casa neste tabuleiro.

Sejamos claros: não se alça voo com sucesso sem uma pista, sem combustível, sem plano de voo ou porto seguro para caso de extrema turbulência. Este conjunto de pressupostos é a educação que damos aos nossos filhos. Isto tudo é educar. E, ao educar um filho, preste atenção, limite é impulso. Por essas e outras, defendo o tripé afeto, presença e limites. Sem eles, raramente vemos voos duradouros e seguros. Um tripé sem um dos seus fundamentos desaba. E agora sim chegamos ao assunto de hoje: o equilíbrio.

Educar é saber dosar. Como em todo aprendizado, vamos errar as doses, mas cabe a nós fazer os ajustes até encontrar o equilíbrio que impulsiona um filho. O problema é que pais têm muito medo de errar. Confiam que muitas vezes é melhor “deixar assim” para minimizar o estrago. Mas quem não arrisca não petisca, gurizada. Não podemos nos omitir porque a verdade é que as crianças imploram por limites.

A menina gritando desesperadamente no supermercado não é mal-educada. Ela só quer receber sua dose diária de limite. Ao invés dos pais se desculparem com os demais clientes do comércio, gente que nunca mais verão na vida, deveriam entregar aquilo pelo qual a filha clama. O garoto bagunceiro da sala de aula pode ser o menino cujos pais toleram qualquer atitude em nome da liberdade do filho.

Crianças que são informadas com clareza e gentileza até onde podem ou devem ir em segurança são crianças menos ansiosas. Com o passar dos anos, se tornam pessoas com mais autoestima e mais amorosas. Finalmente, deve-se entender que limite não tem relação alguma com violência ou agressividade. Ao contrário, o limite geralmente é nosso maior gesto de amor.

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Palavras-chave
Família Criança Paternidade limites criação dos filhos