Coluna

“Livrar-se de” ou “interessar-se por”, tranquilizar os pais

(Foto: Universidade de Pais)

Publicado em 22/08/2024, às 10h47 - Atualizado às 10h47 por Dr. Wimer Bottura Junior


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Faço parte daqueles que acreditam que uma grande parte das dificuldades na relação entre pais e filhos é decorrente de erros de comunicação. O que é mal dito ou mal interpretado pode gerar emoções e sentimentos desagradáveis, além de decisões prejudiciais à vida das pessoas. 

Devido aos modelos de educação aprendidos com nossos antecessores, há uma tendência de os pais encararem a formação das crianças como mais uma tarefa. No passado, os filhos eram mais fruto da obrigação do que do desejo. Hoje, grande parte da nossa sociedade pode escolher ter ou não ter filhos, com quem tê-los e quando tê-los. Portanto, eles não são mais fruto da obrigação, mas, sim, do desejo e do amor.

A parceria com os filhos tornará tudo mais fácil em casa (Foto: iStock)

 

O que é uma tarefa? Tarefa é algo do qual queremos nos livrar e geralmente arranjamos outra depois, outra, outra. A criança, em seus primeiros anos, é autorreferente; pensa que tudo se refere a ela, por ela, para ela e com ela. Ela não sabe o que é uma tarefa e, por isso, interpreta que seus pais querem "se livrar" dela.

Instintivamente, a criança adota comportamentos defensivos como alterações na alimentação, mudanças no comportamento, birras, dificuldade para dormir e condutas que visam assegurar que não será abandonada. São atitudes defensivas que, quando não compreendidas, acabam sendo punidas, reforçando a sensação de abandono. Podemos entrar numa escalada de mal-entendidos que culminam em traumas e transtornos que seriam evitáveis caso os pais recebessem orientação adequada sobre como agir, principalmente nos primeiros anos.

Vejo pais bem-intencionados, interessados em dar o melhor para seus filhos, que procuram cursos, palestras, livros e aconselhamento para melhor conduzir a formação da criança. No entanto, ao encarar as informações como mais uma tarefa, sentem-se sobrecarregados e frustrados diante da falta de reciprocidade dos filhos em relação aos seus sentimentos.

O medo de errar e causar traumas nos filhos, a partir de informações muitas vezes mais opinativas do que científicas, torna os pais ansiosos e potencialmente em conflito, o que pode levar ao surgimento de sintomas na criança. Dorothy Corkille Briggs, em seu livro "A Autoestima de Seu Filho", apresenta o conceito de "atenção concentrada", onde a observação e a escuta no ato de processar as informações provenientes da criança constituem o melhor remédio para prevenir e tratar problemas. Isso é o “interessar-se por”.

Sugiro que as informações oriundas da orientação parental sejam encaradas como um direito, como instrumentos facilitadores na relação com os filhos. Acreditar no sentimento de amor, observar e escutar atentamente, demonstrar interesse pela criança e pelo que ela se interessa, e intervir somente quando for extremamente necessário tornam tudo mais fácil. 

Não há necessidade de pressa para decidir sim ou não; é preciso processar as informações e refletir sobre o que é manifesto. Nossa abordagem na orientação parental tem como premissa que pais tranquilos criam filhos tranquilos.

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