Estamos preparados para falar sobre Inteligência Artificial?

Você se considera uma pessoa preparada para conversas difíceis? A bem da verdade é que a maioria de nós foge de conversas difíceis ou de falas mais complexas. Bem, se pararmos pra pensar mesmo, muitos de nós temos evitado ao máximo ter qualquer tipo de conversa que não seja sobre trivialidades.

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Mas existe uma conversa urgente da qual fugir seria um risco para a nossa sobrevivência. Precisamos falar sobre a nossa vida hiperconectada com Inteligências Artificiais. E por que ela é urgente? Porque já estamos bastante rodeados de tecnologias baseadas em inteligência artificial.

E se não aprendemos a desenvolver essa conversa, ficaremos no fim da fila, na xepa da feira, com os restos deixados por quem chegou primeiro na conversa. Pode parecer um exagero, mas vamos aos exemplos.

Até alguns anos, você, sempre que tinha necessidade, fazia pesquisas em buscadores como Google ou Yahoo. Há meses já é possível pesquisar direto nas redes sociais e, assim, acessar conteúdos sobre o tema de interesse. Nessas formas de pesquisas de conteúdos e informações sabemos a fonte, olhamos rostos, traçamos uma crítica, ainda que pequena.

Mas agora, com o acesso livre a Chats de Inteligência Artificial, basta você saber “conversar” com aquela Inteligência, que é possível acessar conteúdos prontos, como um texto de coluna (só pra esclarecer, essa coluna euzinha mesmo estou escrevendo, sozinha, ok?).

Inteligência Artificial entrou nas nossas vidas bem antes de nos darmos conta. Não aprendemos sua linguagem, seus propósitos de vida, não percebemos do que (e de quem) ela se alimenta e até onde ela quer chegar na vida.

Há quem diga que as inteligências artificiais querem, um dia, serem conhecidas como uma consciência divina. Na real, o que nos importa agora é como a Inteligência Artificial tem afetado negativamente nossos filhos. Porque aquilo que é positivo e realmente bom, todos veremos com mais clareza.

Além da total ausência de criatividade positiva, pensamento crítico, dedicação e autodesafio que a Inteligência Artificial traz, é urgente que criemos estratégias para educar nossos filhos para atitudes éticas, que realmente gerem vida, produtividade e desenvolvimento para toda uma sociedade.

E quando falo de ética falo de pequenas coisas que causam grandes impactos como, por exemplo, criar imagens em Inteligência Artificial que simulem crimes ou induzam as pessoas à confusão e decisões equivocadas.

Já é um desafio para as escolas entenderem se determinadas atividades foram desenvolvidas pelos alunos ou geradas por Inteligência Artificial. Também já é um desafio para as polícias no mundo todo saber se cenas de abusos contra crianças são com personagens reais ou personagens gerados por Inteligência Artificial.

Todos esses exemplos geram uma grande confusão se não direcionados por padrões éticos que tenham a humanidade e a humanização das relações. Em termos práticos, é muito fácil alguém se esquivar de suas responsabilidades jogando toda a responsabilidade sobre Inteligências Artificiais quando a consequência “der ruim”.

E, por fim, em que ranking queremos que nossos filhos estejam: simples consumidores passivos no melhor modo “zumbi digital” ou reais protagonistas na presente revolução tecnológica? Depende muito mais de nós do que imaginamos.