Para muitas crianças, voltar para a escola traz vários sentimentos – tanto bons quanto ruins. Além de se saírem bem com os livros e na participação em sala e nas recreações, muitas crianças têm outras preocupações na cabeça, especialmente aquelas que estão acima do peso ou obesas. De acordo com um estudo do Centro de Política Alimentar e de Obesidade da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, os bullyings sofridos na escola por causa do sobrepeso somam 40% dos casos entre crianças e adolescentes. Em 2013, um estudo sobre discriminação e bullying relacionados ao peso revelou que jovens obesos ou sobrepeso são frequentemente vitimizados, motivo de piada e bullying por pessoas de sua idade. Estes comportamentos podem gerar depressão, ansiedade, baixa autoestima, insatisfação com o corpo, perda na eficiência nos estudos, entre outras coisas.
Com a maior discussão sobre o tema “saúde” na sociedade, pais e crianças estão mais expostos às questões e problemas relacionados à obesidade – e muitos deles não possuem respostas intuitivas.
Para ajudar pais a se sentir mais confortáveis com suas crianças ao abordar as preocupações relacionadas ao peso e à saúde, um guia para pesquisa chamada Weigh In: Talking to Your Children About Weight and Health (Pesagem: falando com seus filhos sobre peso e saúde, tradução livre) foi criada. O guia está disponível (somente em inglês) no site e dá ferramentas aos pais de Estratégias para Prevenir a Acabar com a Obesidade (Strategies to Overcome and Prevent Obesity Alliance), um estudo publicado em colaboração de consumidores, fornecedores, governo, laboratórios, empresas, seguradoras de saúde e organizações da qualidade de cuidados que combatem a obesidade. Especialistas mostram a pais respostas sobre a saúde de crianças entre 7 e 11 anos, como o esclarecimento do que é o índice de massa corpórea (IMC), como lidar com o bullying sofrido pelos filhos na escola, ou por que as pessoas numa mesma família podem possuir estruturas de corpos diferentes etc.
Escolher uma alimentação e hábitos saudáveis, falar sobre aparência de uma forma positiva (ao invés de tratar isso como um julgamento), focar em aspectos diferentes à aparência e mostrar às crianças as tantas coisas boas que podem comer e fazer para se sentirem bem e ativas – atividades que as façam melhorar o desempenho na escola e nos esportes – podem ajudar as crianças a se sentir melhor com seus corpos. Claro que é um grande desafio ensiná-las a esquecer ou ignorar coisas que os machuca e chateia. Mas, se os pais e aqueles que trabalham com crianças se unem para apoiar e, ao mesmo tempo, iluminá-las sobre como cuidar, pensar, e se defender, isto irá nos ajudar criar a geração menos preconceituosa que aceita a diferença.
Nenhuma criança deveria sofrer bullying por qualquer motivo que seja – muito menos por seu tamanho, peso e medida. Mas, enquanto pais, educadores e especialistas da saúde não puderem evitar que as crianças continuem sendo intimidadas por motivos como estes, as ferramentas e dicas dadas são válidas para ajudar a desenvolvermos as ferramentas e confiança para melhor lidar com situações adversas junto com nossos filhos. Nós podemos ajudá-los a se aceitar e viver melhor com seu tamanho e peso. Qualquer que seja ele.