Com o aumento da temperatura da estação mais quente do ano, nós acabamos nos descuidando e nos expondo mais. Seja com excesso de umidade, vento e comidas geladas, o importante no momento é se refrescar, mas é aí que o resfriado entra: orelha, garganta e nariz ficam mais sensíveis no verão e são mais sujeitos a contrair doenças típicas da estação. Por isso conversamos com Raquel Luzardo, fonoaudióloga, que explicou direitinho como ficar atento e os cuidados necessários para curtir o verão de forma saudável
Ouvido
Se a criança reclamar de dor de ouvido, pode ser que ela esteja com otite externa – um processo inflamatório do ouvido. Esse é o tipo de otite mais comum nos meses quentes de verão, devido aos banhos de mar e piscina. A otite externa é uma inflamação da pele que reveste as paredes do conduto auditivo (orifício visível da orelha até cerca de 2 centímetros mais para dentro). Uma das causas mais comuns para essa inflamação é o excesso de água ou umidade acumulada. Outra causa costuma ser o mal hábito de se introduzir instrumentos de qualquer tipo para limpeza dos ouvidos.
É hora de proteger
- Tendo o diagnóstico de otite externa, não se deve praticar natação ou deixar cair água dentro do canal auditivo durante o tratamento. Em crianças pequenas, mesmo o banho deve ser dado com atenção. Pode ser indicado usar algum tampão auditivo ou um algodão para vedar o ouvido durante o banho.
Quanto ao nariz
As gripes e resfriados ocorrem, especialmente pelo abuso do gelado e ventiladores ou ar condicionado. Nariz entupido podem acontecer, incomodando demais.
- A incidência de sinusites agudas aumenta muito também nesta época do ano, especialmente se o paciente não tratar logo os sintomas nasais.
- O cloro da piscina pode ser prejudicial às vias respiratórias
porque ele é um irritante da mucosa das vias respiratórias capaz de sensibilizar o aparecimento de crises de rinite, bronquite, asma em pessoas suceptíveis e predispostas. O uso regular de piscinas tratadas com cloro e o contato prolongado aumentam em até três vezes as chances de crises respiratórias. - Sangramentos nasais são mais comuns no verão, uma vez que os vasos sanguíneos dilatam com o calor, favorecendo a ruptura e sangramento.
E, falando em sangramento, Raquel também falou como lidar quando o nariz começa a sangrar “A maioria das epistaxes (sangramento nasal) melhora espontaneamente. A indicação é que se comprima a narina por alguns minutos, sente-se de forma ereta sem abaixar e não levantar a cabeça. Como o tempo seco favorece a epistaxe, então, o ideal é que se tenha um umidificador de ar, bacia com água ou toalhas molhadas para umidificar o ambiente.”
A garganta
- Amigdalites e faringites podem acontecer devido também ao abuso de gelado, com dores de garganta, febres e mal estar intenso.
- E na praia, que tal comer um peixe? Muito cuidado com as espinhas de peixe, que podem fincar na garganta e levar a muita dor e desespero.
Também é muito importante tomar cuidado com o sol. Além das tradicionais queimaduras e insolações, também existe o risco de baixar a imunidade “Depende do tempo de exposição à luz do sol. Há evidências de que a longa exposição aos raios ultravioleta pode reduzir a atividade do sistema imunológico. Portanto, cuidado com o tempo e o horário de ficar ao sol e sempre com protetor solar”, completa a fonoaudióloga.
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