Se você acha que cyberbullying só afeta adolescentes, vale repensar, cada vez mais cedo, crianças pequenas entram no mundo digital: assistem vídeos, jogam, interagem com outras pessoas em redes sociais e aplicativos. Mas junto com essa exposição, cresce também o risco de sofrerem cyberbullying, muitas vezes sem que os pais saibam.
Por trás de comportamentos como choro frequente, irritação ou isolamento, pode estar uma agressão virtual invisível. Entender como isso acontece e saber o que observar é essencial para proteger as crianças e manter a internet um lugar mais seguro desde a infância, segundo matéria da Dra. Ivanice Cardoso para a Pais&Filhos.
O que é cyberbullying?
O cyberbullying é o bullying praticado por meios digitais. Ele pode ocorrer em redes sociais, plataformas de mensagens ou até em chats de jogos online, onde várias pessoas se juntam para se comunicar durante uma partida.
Imagine uma situação comum: seu filho entra em um jogo online e sempre é “deixado de fora” pelos outros jogadores, ou recebe apelidos ofensivos por não jogar “bem o suficiente”. Às vezes, colegas enviam vídeos assustadores, fazem piadas sobre a aparência dele ou compartilham áudios zombando da sua voz. Isso é cyberbullying, mesmo que venha disfarçado de “brincadeira”.
Como o cyberbullying atinge as crianças
Crianças pequenas ainda estão aprendendo a entender o que sentem e como se expressar. Por isso, quando algo as machuca emocionalmente, nem sempre elas conseguem dizer o que aconteceu, e muito menos que foram vítimas de bullying digital.
O bullying virtual também pode acontecer em redes sociais usadas com a conta dos pais, como perfis compartilhados no TikTok, YouTube ou Instagram. Comentários maldosos nesses espaços podem afetar diretamente a autoestima da criança.
Como identificar sinais de que algo está errado com meu filho?
Crianças nem sempre sabem ou conseguem explicar o que estão sentindo. Por isso, é essencial que os adultos observem mudanças de comportamento. Alguns sinais podem indicar que algo online está afetando a criança:
- Evitar usar o celular ou tablet de repente;
- Ficar mais irritada, agressiva ou chorosa após estar online;
- Dizer que não quer mais jogar com certos amigos;
- Ter pesadelos ou dificuldades para dormir;
- Esconder o que está assistindo ou fazendo no aparelho.
O que fazer se meu filho está sofrendo cyberbullying?
O primeiro passo é manter a calma e acolher. Ouça com atenção, sem julgar ou minimizar o que ele está sentindo. Frases como “você não está sozinho” e “vamos resolver isso juntos” ajudam a criar um ambiente de confiança.
Valide os sentimentos da criança, mesmo que o problema pareça pequeno para você. Não diga que é “só uma brincadeira” — para ela, pode ter sido muito doloroso. Acolher com empatia é essencial para que ela se sinta segura para continuar falando.
Tente entender o que aconteceu e, se possível, salve provas como mensagens ou prints. Explique que ela não tem culpa e que fez certo em contar. Evite punições digitais, como tirar o celular, para não incentivar o silêncio em outras situações. Caso o comportamento da criança mude muito, busque apoio psicológico.







