Heloísa Nascimento, uma menina de 12 anos que vive em Uberaba, cidade em Minas Gerais, possui cabelo crespo e adora usar laços nele. Na escola, a menina faz questão de ir bem arrumada; entretanto, no último dia 21 de novembro, logo após o Dia da Consciência Negra, a jovem acabou sendo vítima de racismo envolvendo sua aparência.
Enquanto estava voltando de seu intervalo escolar, Heloísa acabou encontrando um recado em seu caderno: “O bilhete falava para eu parar de usar laço, que meu cabelo já era feio, imagina com laço”, explicou ela.
Após o triste acontecimento, Heloísa voltou para sua casa ao lado das duas irmãs e da mãe e aproveitou para relatar o que havia ocorrido na instituição. Assim que ficou sabendo do caso, a mãe da criança, Helena Silva, notou que este se tratava de injúria racial. “Será que é o laço mesmo o problema? Muitas vezes a gente ouve as histórias e fala que é ‘mimimi’, mas não é. Só sente realmente, quem tem a pele negra e muitas vezes as pessoas fingem que não estão vendo”.
Mobilização na escola
Após a repercussão na Escola Adventista, a direção da instituição resolveu mobilizar uma ação para acolher Heloísa no dia seguinte. Assim que a jovem chegou no ambiente escolar, funcionários e colegas estavam com um laço na cabeça. “Temos que respeitar as diferenças, a gente respeita o gosto do outro, o jeito do outro. Nós temos que respeitar”, disse a diretora Rôde Majarowsky Faria.
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Os responsáveis pela instituição ainda relataram que estão tentando descobrir quem foi o responsável pela escrita do bilhete, mas ainda não conseguiram pelo fato da identificação através da letra ser mais complicada.
