Depois de assistir uma palestra na escola onde estuda, no Mato Grosso, uma menina de 10 anos escreveu um bilhete denunciando que tinha sido abusada sexualmente pelo pai. A denúncia chegou ao Conselho Tutelar, que registrou boletim de ocorrência, nesta terça-feira (18).
Segundo reportagem do G1, a direção da escola procurou o Conselho Tutelar e mostrou o bilhete escrito pela menina depois de ela ter participado de uma palestra do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Ao final do discurso para os alunos, o palestrante sugeriu que, se alguém tivesse alguma pergunta e estivesse com vergonha, poderia escrever um bilhete e colocar em uma caixinha. Foi quando a menina escreveu um bilhete com a pergunta: “Eu já fui abusada pelo meu pai, isso pode ser denúncia? Sim ou não?”.
A mãe da vítima foi chamada e contou que a filha morou com o pai por cinco meses neste ano, em outra cidade. Ela relatou também que quando falava com a menina pelo telefone, ela pedia para a mãe buscá-la, além de contar que o pai batia nela, mas nunca havia mencionado algo sobre abuso sexual. Segundo a mãe, suas conversas com a filha eram sempre monitoradas ou pelo pai ou pela madrasta. A mãe contou ainda que perguntou à filha várias vezes se o pai fazia algo além de bater, mas a menina mudava de assunto e não contava o que realmente tinha acontecido. A polícia está investigando o caso.
Como denunciar
É comum — mas não normal — se deparar com notícias sobre abuso sexual contra crianças e adolescentes. São casos que podem envolver desde desconhecidos até pais, padrastos, professores e líderes religiosos. A violência vem de qualquer lugar e é isso que mais assusta. Denuncie, compartilhe, debata e até grite, se necessário. Ligue para o Disque 100 quando suspeitar de algo. Vinculado à Secretaria de Direitos Humanos, o Disque 100 é um serviço que oferece proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual e atua como poio, denúncia, amparo e orientação em todo o Brasil para apurar os fatos, proteger o menor e punir o criminoso. O canal funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.
Leia mais:
Atenção! Vídeo explica para as crianças a diferença entre carinho e abuso sexual