A dislalia infantil é um distúrbio de fala comum entre crianças, caracterizado pela dificuldade em pronunciar certas palavras ou sons corretamente. Esse problema pode manifestar-se através de omissões ou substituições de fonemas, semelhante ao que observamos no personagem Cebolinha, da Turma da Mônica.
A fonoaudióloga Valéria Abib, especialista no assunto e mãe de Peter e Nicole, esclarece que esse transtorno não está relacionado a causas neurológicas, mas pode estar associado a fatores como alterações dentárias ou freios linguais curtos.

Esse desvio na fala pode ser notado desde as primeiras palavras da criança e, embora não seja considerado uma doença nesta fase inicial, é crucial que os pais estejam atentos para evitar que o problema persista. A identificação precoce e o acompanhamento adequado são essenciais para garantir um desenvolvimento saudável da fala.
Não há estatísticas precisas sobre quantas crianças sofrem com esse problema, mas é sabido que o desenvolvimento infantil varia significativamente. Alterações na fala podem ser mais facilmente percebidas a partir dos 4 anos de idade, período em que muitas crianças começam a ler e escrever. A demora em procurar ajuda especializada pode acarretar em dificuldades de aprendizado e outros problemas na escola.
Além disso, é fundamental que os pais estejam cientes de seu papel no desenvolvimento da fala dos filhos. As crianças tendem a imitar os adultos ao seu redor, incluindo os pais. Portanto, é recomendável que os adultos falem claramente e de maneira pausada para facilitar o processo de aprendizado da criança.
Valéria Abib ressalta a importância do acompanhamento com um fonoaudiólogo qualificado, capaz de avaliar, orientar e reeducar a fala da criança, além de encaminhar para tratamentos adicionais quando necessário. “Se os pais demorarem muito para levar o filho em um especialista da área, ele pode crescer com estas dificuldades de fala e ter até problemas de aprendizado na escola”, justifica.