Quando chegava o boletim as notas nem sempre estavam na média. A lição de casa nunca estava completa. E a professora já alertava na reunião de pais que era preciso melhorar. Mas mesmo assim ele (e você) achava que ia dar para passar. Mas ai chega o boletim final e diz: reprovado. E agora? Mudar de escola? Colocar de castigo? Sou uma mãe horrível? Calma, é possível tirar proveito dessa situação.
Quando um filho repete de ano, a sensação que dá é que os adultos também foram reprovados no quesito “pais” e não sabem exatamente como agir. Diante disso é comum ficarem bravos com a criança, colocarem para estudar durante as férias e até chamarem o filho de “burro”. Não é isso que um aluno precisa no momento. Mas dizer que está tudo bem, também não é produtivo. O ideal é analisar junto com a criança os fatores que influenciaram para que ela ficasse retida na série, identificar as dificuldades e oferecer apoio para que esses obstáculos sejam vencidos no próximo ano.
A repetência é um dos primeiros sinais que ensinam à criança que na vida as atitudes que um ser humano tem podem trazer consequência. Esse aprendizado é valioso, acredite. Afinal, ela terá a chance de adotar novos hábitos e receber resultados positivos. “Com apoio correto dos pais, e criança pode ser encorajada a assumir seus atos e se amadurecer emocionalmente e cognitivamente”, explica a psicóloga Priscila Tenenbaum.
As causas que levam um aluno a repetir de ano são muitas. Pode ser desde de distúrbios de linguagem, problemas afetivos ou cognitivos à preguiça e a falta de limites. Além disso pode a criança pode apresentar transtorno de déficit de atenção (TDAH), ansiedade e depressão e fobia escolar.
Para contornar a situação no ano seguinte, uma boa atitude é manter contato frequente com a equipe pedagógica, monitorar o estudo e o comprometimento do filho, participar de atividades escolares, reconhecer quando há um problemas e buscar ajuda. Para problemas de linguagem, buscar um fonoaudiólogo pode ser o ideal. Já para questões emocionais, um terapeuta.
Mudar ou não de escola
Essa questão é pode ser avaliada junto ao aluno. De acordo com Priscila, o melhor é não fugir do desafio e enfrentar os medos. Se a criança se sentir confortável não tem problema estudar na mesma escola; Mas existem casos que deixar a criança estudando no mesmo lugar não é adequado “Uma criança que repete por não ficar atento e é desorganizado numa escola com 30 alunos por classe pode trocar para uma escola menor”, alerta.
Se a escola for muito tradicional e a família não se adaptou, a mudança terá um outro propósito. A escola e a família precisam ter princípios e condutas afinadas. “A mudança não deve ser para proteger o filho do sofrimento, pois isso não estaria fortalecendo emocionalmente a criança, e é o papel dos pais e preparar a criança para os desafios da vida e não protegê-la de tudo”, finaliza.