Se você sente um aperto no coração quando seu filho chega da escola dizendo que não tinha com quem brincar no recreio, você não está sozinha. Essas situações mexem com a gente porque as amizades são uma parte essencial do desenvolvimento das crianças.
E quando elas não conseguem se conectar, é natural que a sua preocupação aumente ainda mais. Mas como equilibrar a vontade de ajudar com a autonomia da criança?
A seguir, você confere informações essenciais sobre o tema, de acordo com matéria do site americano Parents.
Pesquisas sobre amizades na infância
Uma pesquisa do C.S. Mott Children’s Hospital, da Universidade de Michigan, mostrou que um em cada cinco pais acredita que seu filho não tem amigos suficientes. O levantamento também revelou que 90% das crianças gostariam de fazer novas amizades.
Para isso, muitos pais tentam ajudar de várias formas. Às vezes, esse “incentivo” se manifesta por meio da organização de encontros ou até pela compra de objetos para a criança se encaixar melhor no ambiente escolar.
Apesar de a intenção ser boa, esse envolvimento pode trazer mais consequências negativas do que positivas. Isso acontece principalmente quando os pais projetam suas próprias expectativas sobre os filhos.
A dificuldade da timidez
Segundo o estudo, 21% das crianças são vistas como tímidas. Isso pode dificultar a aproximação com os colegas.
Além disso, fatores como grupos de amigos já formados, pouco tempo disponível, atitudes negativas de outras crianças ou até condições de saúde podem interferir.
Se o seu filho estiver passando por um desses casos, nossa recomendação é ter paciência e entender que cada criança tem um ritmo próprio para criar amizades.
Como apoiar de forma saudável?
Especialistas recomendam ajudar os filhos a se aproximar de outras crianças por meio de atividades que privilegiam interesses em comum.
Mas eles também alertam que é essencial dar espaço para eles aprenderem a lidar com suas próprias amizades. Ensinar gentileza, respeito e resiliência, por exemplo, pode ajudar muito mais do que escolher os amigos por eles.
O exemplo dentro de casa
Como você já deve ter percebido, as crianças aprendem observando. Por isso, ter relacionamentos saudáveis com os próprios amigos é fundamental. Afinal, quando seu filho te vê cultivando vínculos saudáveis, ele tende a replicar isso em sua vida social.
Além disso, é importante ensinar que nem tudo dura para sempre. Muitas amizades mudam, às vezes até acabam, mas isso não diminui o valor delas nem da criança.
Ensine também ao seu filho que ter amizades com pessoas diferentes pode ser uma experiência muito enriquecedora!
Comunicação sobre amizades

Estar presente na vida social do filho não significa controlar cada detalhe. Criar um ambiente de confiança e sem julgamentos é essencial para que ele fale sobre suas experiências.
Aposte em perguntas abertas, como “o que você mais gosta de fazer com seus amigos?” ou “alguma vez alguém te deixou desconfortável?”. Elas podem gerar conversas mais profundas, em que a criança realmente se abra com você.
Quanto às amizades das redes sociais, é importante conversar sobre limites, reforçando os cuidados com segurança e privacidade.
Quando buscar ajuda profissional?
Em alguns casos, a dificuldade em fazer amizades pode estar ligada a questões emocionais. Se a criança mostrar sinais de isolamento, tristeza frequente ou começar a se desvalorizar, é a hora de procurar apoio especializado.
Psicólogos e terapeutas infantis podem ajudar a identificar o que está por trás desse comportamento e oferecer várias ferramentas emocionais para o seu filho se sentir mais seguro.
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