Pat Camargo e Patricia Marinho falam sobre o lugar da criança na aldeia no 14° Seminário Internacional Pais&Filhos

Depois de dias de preparação, o 14° Seminário Internacional Pais&Filhos finalmente está acontecendo! Ele marca o retorno do evento para a modalidade presencial depois de cinco edições totalmente online por conta da pandemia. Ele começou com os discursos de Andressa Simonini, editora executiva da Pais&Filhos, Adriana Cury, Diretora Geral da Pais&Filhos e Marcos Dvoskin, Presidente do Conselho da Pais&Filhos.

Na palestra “Cabe o mundo em uma criança”, os inscritos no evento puderam ouvir a dupla Pat Camargo, mãe de Henrique, Sofia e Larissa, e Patricia Marinho, mãe de Carol e Gabi são especialistas quando se trata de desenvolvimento e brincadeira. As duas são conhecidas como “Patricia´s do Tempojunto”, e fazem parte do portfólio de pesquisa do Frontiers of Innovation, do Center on Developing Child, de Harvard!

Andressa Simonini, editora executiva da Pais&Filhos, anunciou a dupla e ainda contou uma novidade: as duas agora são colunistas da Pais&Filhos! Pat Camargo começou a palestra, apresentando a todos que uma criança é uma esponja. Ela absorve tudo que vê, aprende e sente dos pais e pessoas em volta dela. “Brincar é a ferramenta que a criança tem de expressar o mundo que existe dentro dela”, disse Pat.

Além disso, Pat contou que para a ciência, as crianças são como cientistas. Elas possuem hipóteses, testam de diferentes maneiras a mesma coisa, a fim de encontrar alguma diferença. “Isso é principalmente na infância, já que quando vamos crescendo vamos esquecendo, mas nós vamos aprendendo em rede, e não linearmente”.

Patricia Marinho aproveitou a apresentação de Pat Camargo para falar sobre a necessidade de entender os sinais do seu filho, deixá-lo pronto para entender o mundo da própria forma, e da mesma maneira, entender o seu filho do jeito que ele é: “Observar é a primeira forma de conhecer o nosso filho”. Não só observar, mas ouvir, brincar com a criança é essencial para poder conhecer a sua criança.

Logo em seguida, o microfone retornou para Pat Camargo, que trouxe uma reflexão: “Será que nós permitimos as brincadeiras de fluírem? Será que permitimos essas brincadeiras a existirem?”. Pat afirmou que existe uma separação das crianças das outras pessoas, da aldeia: “O espaço kids coloca o filho a parte da aldeia. Como queremos que a aldeia aja a nosso favor se escondemos os filhos da aldeia?”. Pat Camargo contou que as crianças precisam se sentir parte da aldeia, que o sentimento correto a ser sentido quando a família vai para um restaurante ou lugar público é o de pertencimento.

“O oposto de brincar não é trabalho, o oposto de brincar é a depressão”, provocou Patricia Marinho. Ela deixou claro que as famílias devem ter um tempo para si e nunca renegá-lo, mas a paternidade brincante significa ser parte do desenvolvimento da criança por meio da brincadeira: “Uma aldeia que inclui uma criança precisa ter brincadeira”. Em seguida, ela falou que mesmo que o seu tempo com o seu filho seja apenas 10 minutos por dia, é necessário aproveitar esses 10 minutos da melhor forma possível. O problema não é a falta de tempo, e sim como o tempo é aproveitado com a criança. “Você já tem o que precisa, não é necessário procurar exemplo alheio”.

Veja a programação do 14º Seminário Internacional Pais&Filhos

8h30 – Welcome Coffee

9h00 – Abertura

9h30 – Palestra I | Cadê a mãe dessa criança | Marcos Piangers

10h40 – PAISdemia | Dado Schneider

11h10 – Palestra II| Cabe o mundo em uma criança | Patricia Marinho e Pat Camargo

12h30 – Almoço

13h30 – Palestra III| Toma que o filho é nosso | Peu Fonseca

14h40 – Palestra IV| Pega essa mãe no colo | Dra. Ana Jannuzzi

15h45 – Coffee-break

16h05 – Papo reto: Mãe x tempo | Izabella Camargo

16h40 – Mesa-redonda | Toda família é nossa | Lore Improta, Xan Ravelli, Thamirys Nunes e Paula Amorim (convidada da Philips Avent)

18h55- Encerramento

Conheça o tema

Um famoso provérbio africano diz que é preciso de uma aldeia para criar uma criança. Mas, o inverso também se aplica, já que é preciso de uma criança para criar uma aldeia. Essa foi uma provocação feita por Peu Fonseca, um dos palestrantes do seminário. Todas as pessoas que vivem ou viveram neste mundo tem uma coisa em comum: elas já foram crianças, e mesmo sendo uma das maiores semelhanças que temos, acabamos não olhando para o período da infância da forma que deveríamos.

O fato é que é comum não saber lidar com crianças porque somos ensinados que esse é um dever apenas da família. Da mãe, principalmente. Muito mais do que ter um olhar diferenciado para essa fase da vida, precisamos acolher todos os integrantes da família. Dar colo para aquela mãe que nunca tira a capa vermelha e carrega todas as responsabilidades consigo, abrir espaço para que a paternidade daquele pai não seja descredibilizada e exercida ao máximo. Se todo mundo se sentisse responsável pela qualidade de vida de uma criança, a falta de empatia seria muito menor. Criar crianças e família felizes é uma tarefa que só pode ser realizada no coletivo. Foi assim que o nosso tema nasceu: “Toda família é nossa”. Além de ver apenas para o nosso núcleo, é fundamental cuidar de quem cuida de uma criança.