Aproximadamente 2% da população mundial tem epilepsia em alguma fase da vida. As crises epilépticas podem acontecer desde o período neonatal, podendo ser transitórias ou persistentes. Segundo Laura Guilhoto, mãe de Gabriel e Leonardo, neurologista e presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, essa doença apresenta-se de modo mais frequente em idades mais vulneráveis para o cérebro, como em crianças e idosos. O diagnóstico é feito pela suspeita clínica e por exames, especialmente o eletrencefalograma.
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“Grande parte das síndromes epilépticas tem início na infância e cerca de 50% dos casos de epilepsia ocorrem em crianças menores de 5 anos da idade”, diz a médica. Ela afirma que, nos bebês, as crises podem ser mais discretas, um movimento rítmico repetido, uma breve parada do olhar com arroxeamento dos lábios.
A convulsão é um tipo de crise epiléptica mais conhecida. Ela se caracteriza por um período de rigidez corporal seguida por movimentos ritmados dos membros, que podem durar até 10 minutos. Ao mesmo tempo, podem ocorrer perda de saliva e urina. Depois que ela ocorre, a pessoa pode ficar confusa ou sonolenta por alguns minutos.
Há vários tipos de crises epilépticas, no entanto, como as ausências, em que o indivíduo para suas atividades e fica confuso, e outras com movimentos ou sensações localizados, as crises focais. Conheça mitos e verdades sobre a doença:
1. É possível prevenir a doença?
Mito. Não é possível prevenir o aparecimento da epilepsia. Mas, de acordo com Laura, como a doença também pode ser causada por fatores externos como acidentes com traumatismo de crânio e infecções após o nascimento, como meningite, um bom acompanhamento pré-natal e uma assistência adequada durante o parto são formas de se evitar o aparecimento da doença em crianças. Já em adultos, o abuso de álcool e drogas é um dos fatores desencadeantes. Portanto, uma vida saudável é uma forma de prevenção.

2. A epilepsia é uma doença contagiosa
Mito. Qualquer contato com alguém que tenha epilepsia não transmite a doença.
3. Durante uma crise convulsiva, deve-se segurar os braços e a língua da pessoa
Mito. Durante uma crise, o ideal é colocar o paciente deitado com a cabeça de lado, para facilitar a saída de secreções e evitar a aspiração de vômito. A cabeça deve ser apoiada sobre uma superfície confortável. É importante não introduzir qualquer objeto na boca, não tentar interromper os movimentos dos membros e não oferecer nada para a pessoa ingerir.
4. Toda convulsão é epilepsia
Mito. Para considerar que uma pessoa tem epilepsia, ela deverá ter repetição de suas crises, portanto é possível ter uma crise epiléptica, convulsiva ou não, e não ter o diagnóstico de doença.
5. Epilepsia é uma doença mental
Mito. A epilepsia é uma doença neurológica. As doenças neurológicas afetam alguma parte do sistema nervoso central ou periférico. As mentais são de natureza psiquiátrica, em que geralmente não há lesão estrutural no cérebro.
6. Os paciente com epilepsia não podem dirigir
Mito. Segundo a Associação Brasileira de Educação de Trânsito, o paciente com epilepsia que se encontra em uso de medicação antiepiléptica poderá dirigir se apresentar um laudo médico comprovando que está há um ano sem crise epiléptica.
Caso o paciente esteja em retirada da medicação antiepiléptica, ele poderá dirigir se estiver há no mínimo dois anos sem crises epilépticas e ficar por mais seis meses sem medicação e sem crise. Já a direção de motocicletas é proibida.
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7. É possível manter a consciência durante uma crise
Verdade. As crises apresentam-se de diferentes maneiras: podem ser rápidas ou prolongadas, com ou sem alteração da consciência, por exemplo.
8. O estresse é um fator desencadeador de crises
Verdade. Esse é um dos fatores desencadeantes.
9. Existem medicamentos que podem controlar totalmente a incidência das crises
Verdade. Segundo a especialista, cerca de 70% dos casos de epilepsia são de fácil controle após o uso do medicamento adequado.
10. A epilepsia pode acometer todas as idades
Verdade. A epilepsia pode acontecer com o recém-nascido até o idoso.
11. O paciente com epilepsia pode ter uma vida normal
Verdade. Quando a doença está controlada, os pacientes podem trabalhar, estudar, praticar esportes e se divertir.