Nos anos 90, a infância era vivida de forma distinta em comparação aos dias atuais. Naquela época, práticas hoje consideradas ultrapassadas e insensatas eram comuns no cotidiano das famílias. O uso de cinto de segurança era esporádico, fumar perto de crianças era aceitável, e refrigerantes eram servidos sem preocupação. No entanto, esses tempos também trouxeram aspectos positivos do desenvolvimento infantil que, talvez, mereçam ser lembrados.
As crianças dessa década cresceram em um ambiente sem a onipresença dos dispositivos digitais, mergulhadas em um universo onde a liberdade de brincar e explorar o mundo exterior era a norma. Com isso em mente, quais aspectos dessa época poderiam ser valiosos para os pais de hoje ao repensar como criam seus filhos?
Como a liberdade criava crianças mais resilientes?
A liberdade de brincar sem supervisão constante caracterizava a infância nos anos 1990. Crianças escalavam árvores, exploravam novas brincadeiras e, frequentemente, retornavam para casa com os joelhos ralados ou membros engessados. Apesar dos riscos, essa autonomia permitia que os jovens desenvolvessem habilidades para lidar com perigos e avaliá-los por si mesmos.
- Crianças aprendiam a resolver problemas sem a intervenção imediata dos adultos.
- Essa prática gerava um senso de confiança e independência desde cedo.
O Impacto da redução de telas nas crianças
A tecnologia não dominava ainda os lares na maior parte dos anos 1990. O entretenimento eletrônico estava confinado a um período específico do dia, e a programação infantil era limitada a alguns horários nas emissoras de TV. Essa restrição natural fazia com que as crianças passassem mais tempo ao ar livre.
- Brincadeiras em espaços abertos fomentavam a socialização e a atividade física.
- Os vínculos de amizade eram fortalecidos através de interações presenciais.

Como a autonomia e as responsabilidades promoviam o crescimento pessoal?
Os pais daquela época costumavam atribuir responsabilidades aos filhos, permitindo que cumprissem essas tarefas sozinhos. As crianças eram incentivadas a concluir atividades cotidianas sem supervisão constante, promovendo um aprendizado precoce da independência.
- Habilidades práticas eram desenvolvidas por tentativa e erro.
- Os jovens aprendiam a organizar e gerir o próprio tempo e as próprias tarefas.
A amizade como um pilar importante da infância
Com menos tempo dedicado a telas, as crianças dos anos 90 cultivavam fortes laços de amizade. A interação com colegas na escola, nos parques, e nas ruas propiciava um ambiente acolhedor e colaborativo. Nesses contextos, as crianças não só criavam memórias, mas também aprendiam a ouvir, compartilhar e resolver conflitos em grupo.
O valor do tédio no desenvolvimento criativo
Uma característica notável da infância desses tempos era lidar com o tédio. Sem a opção de acessar entretenimento imediato, as crianças eram incentivadas a utilizar a imaginação para se entreter. Essa espera natural pelo programa de TV ou pelo brinquedo desejado estimulava a criatividade e a capacidade de solução de problemas.
Nessa perspectiva, muitas das práticas dos anos 90 podem servir como inspiração para os pais de hoje, que buscam equilibrar a tecnologia com experiências de vida que promovam a saúde emocional e social das crianças. Resgatar esses elementos pode não apenas enriquecer a infância, mas também prepara-las melhor para os desafios do futuro.