• 19° Seminário
  • Família
  • Criança
  • Bebês
  • Gravidez
  • Notícias
  • Clube Pais&Filhos
Sem resultado
Veja todos os resultados
pais e filhos
  • 19° Seminário
  • Família
  • Criança
  • Bebês
  • Gravidez
  • Notícias
  • Clube Pais&Filhos
Sem resultado
Veja todos os resultados
pais e filhos
Sem resultado
Veja todos os resultados
Início Família

“Aquela conversa”: como e quando falar com seu filho sobre racismo?

Por Marina Teodoro
21/11/2022
Em Família
Preparar crianças antirracistas é de responsabilidade de todos e a educação sobre diversidade

Preparar crianças antirracistas é de responsabilidade de todos e a educação sobre diversidade Freepik

Share on FacebookShare on TwitterEnviar

Quando a comunicadora Alexandra Loras era criança, seus pais nunca falaram com ela sobre sua ancestralidade ou assuntos relacionados à sua cor. “Tanto meu pai negro nunca me falou sobre minha cultura africana da Gambia, tampouco minha mãe, branca, entendia de estudo racial”, conta. 

Alexandra é uma mulher negra que nasceu em Paris, na França, e é filha de mãe francesa e pai gambiano. “Eu nasci em uma família bem racista, onde meus avós e bisavós nunca aceitaram minha mãe branca se casar com um homem negro”, lembra ela. Infelizmente, esse tipo de pensamento também é comum entre as famílias brasileiras – mesmo a população negra representando 56% da população brasileira, segundo os últimos dados do IBGE. No entanto, esse cenário tende a mudar nas gerações seguintes.

Alexandra Loras ex-consulesa da França e jornalista
Alexandra Loras conta que quando criança, ela não foi ensinada sobre temas envolvendo sua cor (Foto: Alexandra Loras/Arquivo Pessoal)

Pai de dois meninos, Benjamin e Lucas Belfort, 7 anos e 3 anos, Nicácio Belfort, empresário, influenciador e parceiro da Pais&Filhos, conta que já abordou o assunto racismo com o filho mais velho. “Falei com ele esse ano”, lembra. “Conversei que somos todos iguais independente de cor, crença, condição social. Ele entendeu e questiono, admirado como pode as pessoas terem preconceitos com os outros”.

Alexandra, que é mãe de Raphael, de 10 anos, (uma criança loira de olhos claros) conta que também já conversou com ele sobre questões raciais. “Falar com os filhos pequenos é essencial, pois estamos em um país onde a narrativa infantil é eugenista, vivemos em uma supremacia branca, então, precisamos ter a coragem de abordar esse tema desde muito cedo”, defende.

LeiaMais

Raphinha, atacante da Seleção, diz que filho sofreu racismo na Disneyland Paris; veja o vídeo

Raphinha, atacante da Seleção, diz que filho sofreu racismo na Disneyland Paris; veja o vídeo

5 de setembro de 2025
Quando começar a bater na porta do quarto das crianças? Saiba a idade certa

Como falar sobre racismo com crianças: 5 passos para uma educação mais inclusiva

22 de junho de 2025
O casal estava processando uma socialite por ter praticado racismo com a filha em 2017

Socialite é condenada a 8 anos de prisão por racismo contra filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank

23 de agosto de 2024
Samara Felippo

Juiz é afastado e filha de Samara Felippo poderá falar em audiência sobre racismo escolar

27 de junho de 2024
Alexandra Loras e o filho
Alexandra fala sobre racismo e outros assuntos raciais com o filho diariamente (Foto: Alexandra Loras/Arquivo Pessoal)

É preciso falar com nossas crianças

Além de jornalista, Alexandra também é ex-consulesa da França e influenciadora. Ela recorda que uma vez um seguidor ligou para ela chorando e falando que não conseguia entender como era possível a filha dele ter três anos e já ser racista, quando dentro da família eles não são. 

“Ele ficou chocado, ela ainda não ia nem à escola. A situação aconteceu quando o pai estava lendo uma história de fadas, e dentro da história tinham fadas de todas as cores e com várias etnias, de cabelo loiro, ruivo e preto. Quando chegou a vez da fada negra, a menina perguntou se ela era a fada do mal”.

Nessa situação, o pai entendeu o quanto o racismo estrutural é forte dentro das narrativas das novelas, das notícias, e como toda a narrativa em nosso entorno vira preconceito estrutural desde a infância, conta Alexandra.

Para a pedagoga, doutora em educação e mestre em psicologia Kiusam Oliveira, é fundamental que mães e pais tenham “aquela conversa” com os filhos, e preparem o olhar das crianças para que façam, com sensibilidade, uma leitura interpretada do entorno e do mundo em que vivem.

“Deve-se incluir a educação para as relações étnico-raciais, central para que se pense, desde dentro, o ponto nevrálgico, a grande dor e vergonha desse país – o racismo -, e como deve ser enfrentado cotidianamente, a partir do letramento racial.”

Kiusam pondera que, para isso, é preciso que os pais e responsáveis também se qualifiquem e passem a perceber o Brasil, um país pautado no racismo e práticas excludentes, por outra perspectiva. “Reeducar as miradas é algo extremamente necessário e, focando nesse tema, é importante reconhecer que para uma pessoa adulta, ao mesmo tempo que ensina a criança estará aprendendo e reelaborando suas práticas”, afirma.

Existe idade para falar sobre racismo?

A especialista afirma que não existe idade para começar a falar sobre esse tema. “Essa conversa poderá ter início em qualquer idade e vai depender da demanda trazida pela criança dos espaços sociais que ela frequenta”.

Para Kiusam, quando a criança procura uma pessoa adulta com alguma questão é porque ela está pronta para aprender – até mesmo aqueles assuntos considerados os mais complexos pelos pais.

Nicácio e os filhos
Nicácio também aborda o assunto com seus filhos (Foto: Reprodução/Júnior B. Carvalho)

Nicácio fala que conversar com seus filhos pequenos sobre racismo e diversidade na primeira infância é de suma importância. “A criança começa a refletir sobre o tema, leva o debate para escola, começa atender o quanto ruim e terrível é o racismo, que quem não sofre na pele não imagina a dimensão que um discurso de ódio e preconceito pode gerar na cabeça do indivíduo que passa, desde baixa autoestima e até em casos mais tristes ao suicídio. 

Como introduzir o assunto?

Um jeito sutil de começar a trazer questões raciais para o diálogo com as crianças é através do lúdico. Um jeito interessante é estimular a leitura de livros com protagonistas negros, o uso de brinquedos com personagens negros, e adotar atividades que incentivem a diversidade.

“Questionar se nos aniversários, nos churrascos, vocês convidam pessoas negras. Os pais precisam se questionar: estou trazendo a diversidade para dentro de casa?”, indica Alexandra.

Pensando em ajudar os pais a falarem sobre assuntos “difíceis”, Alexandra está lançando o livro-caixinha “Vamos Falar sobre Racismo”. Segundo ela, o material é um convite para trabalhar de forma lúdica a coragem de abordar temas sensíveis. “É normal errar muito para acertar, essa conversa é desconfortável, mas temos que ter a coragem de pensar, refletir e evoluir sobre essa temática”. A conversa, inclusive, não precisa ser algo pontual, mas diária. 

Hoje, quando o tema surge na casa de Nicácio, ele conta que trata com muita naturalidade. “Também conversamos sobre outras formas de preconceitos e isso me enche de alegria, mesmo sendo temas delicados, precisamos muito debater e conscientizar principalmente as outras pessoas, pois a gente que passa por episódios de racismo é algo muito doloroso e cansativo”, pontua.

Falar sobre racismo e outros preconceitos com crianças é importante, observa Nicácio (Foto: Reprodução/Júnior B. Carvalho)

Aline Reflegria, escritora, professora de educação infantil e ludopedagoga é mãe de Elias, de 6 anos, e Clarice, 2, e conta que o assunto também surge com frequência. “Aqui em casa o tema é trabalhado constantemente, de forma lúdica e sem dar ênfase ao que é ruim. Os brinquedos são de todas as tonalidades de cores, de todos os tipos de cabelo e durante as nossas brincadeiras vamos conversando sobre respeitar o colorismo, as diferenças e se amar”.

“Procuro contar histórias reais da nossa família criando neles o sentimento de orgulho e honra pelos nossos ancestrais, é importante não resgatar essas histórias de forma negativa, como punição e sim de forma a valorizar o que os nossos familiares passaram e escolheram para que hoje estivéssemos aqui”, diz.

O que fazer se meu filho for vítima de racismo?

Com relação ao enfrentamento das práticas racistas, que com frequência ocorrem durante a socialização secundária, quando a criança vai para a escola, os responsáveis devem estar atentos às emoções manifestadas pelo bebê ou criança quando voltam para casa, explica Kiusam. 

“Quando pela primeira vez o bebê ou criança relatarem que sofreram um ataque racista por parte de uma pessoa adulta da escola ou um ataque que reproduziu o racismo por parte de outras crianças, a pessoa adulta responsável deverá imediatamente acolher suas angústias com delicadeza, uma vez que o assunto é dos mais violentos”, indica ela.

Outra conduta importante, segundo a pedagoga, é ter tranquilidade, ouvir a queixa com atenção, sem demonstrar emoções exacerbadas para para não deixar o bebê ou criança ainda mais tensa e para que se sinta suficientemente acolhida para narrar, com detalhes, tudo o que aconteceu. 

“É nesse momento que o conceito de racismo deverá ser explicado para a criança, pois ela aprendeu sobre ele fisicamente, vivendo uma experiência altamente perversa. De forma direta, o letramento racial deve se dar, abordando temas como racismo, escravidão, discriminação racial,  preconceito racial, estigma, preconceito e estereótipo”, aponta.

Criança negra no colo da mãe
Escutar a queixa de uma criança (verbal e corporal) é de extrema importância quando se trata de racismo (Foto: Pexels/William Fortunato)

Paralelo a isso, estratégias para o empoderamento real da criança vitimada pela violência vivida devem ser fortalecidas, a partir de um conteúdo diferenciado e afrorreferenciado. “A criança também deve ver as pessoas responsáveis intercedendo por ela, indo no local do acontecimento e tomando medidas que a favoreçam”, reforça Kiusam.

“Após isso, todo acolhimento: um abraço, muitos beijinhos, chá quentinho, bolo de fubá fresquinho, passeios em lugares preferencialmente repletos de pessoas negras e felizes”, inclusive, para grupos de atuação politizada como grupos de mulheres, do movimento negro etc. O que ela precisa saber é sobre sua potência e de que não está só”, finaliza.

Tags: antirracismocomo criar crianças antirracistascomo falar sobre racismocomo falar sobre racismo com criançasconsciência negracriança antirracistacriança racismocrianças negrasDia da Consciência Negrafilhos negrosidade para falar sobre racismopais negrosracismoracismo contra criançaracismo estrutural
Compartilhar5Tweet3Compartilhar1Enviar
PRÓXIMO
Tadeu mostrou a reação da família para os seguidores

Tadeu Schmidt fala sobre relação com a filha após ela recentemente ter se assumido queer

Se não brincar, não cresce! Por que o momento lúdico para o desenvolvimento infantil
Universidade de Pais

A Primeira Infância é para a Vida Toda: o que a ciência revela e por que precisamos agir

Por Dr. Wimer Bottura Junior
20 de setembro de 2025
0

Por Ana Luisa Meirelles e Dr. Wimer Bottura Júnior Imagine: nos primeiros seis anos de vida, o cérebro forma conexões...

Leia maisDetails
Após rumores de affair, Wanessa Camargo e Allan Souza Lima são flagrados juntos no Rio

Após rumores de affair, Wanessa Camargo e Allan Souza Lima são flagrados juntos no Rio

19 de setembro de 2025
Receita fácil de mini torta de oreo: aprenda a fazer

Receita fácil de mini torta de Oreo: aprenda a fazer

19 de setembro de 2025
beijinho na forrma

Receita simples para crianças: beijinho de leite em pó

19 de setembro de 2025
quarto de bebê

5 passos para receber seu bebê com mais leveza

19 de setembro de 2025
  • 18º Seminário Internacional Pais&Filhos – Mãe (não) é tudo igual
  • Fale Conosco
  • Página Inicial
  • Política de Privacidade
  • Quem Somos
  • Termos de Uso

© Brasil MN Manchete Editora 2023 - Todos os direitos reservados | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Sem resultado
Veja todos os resultados
  • 19° Seminário
  • Família
  • Criança
  • Bebês
  • Gravidez
  • Notícias
  • Clube Pais&Filhos

© Brasil MN Manchete Editora 2023 - Todos os direitos reservados | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.