Em Poções, no interior da Bahia, a casa de uma criança transgênero de 12 anos foi apedrejada quatro vezes nas últimas duas semanas. O menino começou a ser alvo de ataques desde que ele, com o apoio da mãe, começou a pedir para ser chamado pelo nome social na escola onde estuda.
Na noite do último sábado, dia 4 de junho, ocorreu o ataque mais recente. Foi desligado o padrão de energia da casa onde o menino mora com a mãe, Janaína, de 41 anos. “Quando eu saí de casa e fui religar, achei um bilhete ofendendo meu filho. Estava escrito “bicha” no bilhete. Mandei para a advogada na hora, eram 12h38 da noite” contou ela, em entrevista ao Globo.
Antes do ocorrido, a casa da família foi alvo de outros ataques. Duas vezes, pessoas foram a casa e gritaram ofensas ao filho de Janaína. Outra vez, a residência foi atingida por pedras. A mãe relatou: “Algumas vezes passaram aqui e falaram para meu filho sair “para ver se ele é homem mesmo”. Outros passam e gritam “veado”. No ataque mais grave eles quebraram minha janela com uma pedrada.”
Janaína procurou a escola para falar sobre o desejo do filho de ser chamado pelo nome social em meados do maio. Por mais que exista um decreto que estabelece o direito de uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais, ela disse que a escola alegou que não existe uma regulamentação municipal para que o decreto funcione em Poções.
