Os casos de dengue aumentaram 43,9% no Brasil nos primeiros meses deste ano, em comparação com o início de 2021. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em dez semanas, de 2 janeiro a 12 de março, foram registrados 161.605 prováveis infecções no país, uma taxa de incidência de 75,8 casos por 100 mil habitantes.
Depois de divulgar os dados, o Ministério da Saúde reforçou a importância de intensificar as medidas de vigilância, principalmente em áreas com surtos recentes da doença. Neste ano, a maior taxa de incidência aconteceu na região Centro-Oeste (204,2 casos por 100 mil), seguidas das regiões Norte (97,4/100 mil), Sudeste (47,9/100 mil) e Sul (49/100 mil). A incidência menor acontece no Nordeste, com 31 casos por 100 mil habitantes.
Entre as cidades brasileiras, o município de Goiânia lidera o ranking de casos de dengue, com 16.629 casos prováveis, seguido por Brasília (DF) com 10.653, Palmas (TO), com 6.508, São José do Rio Preto (SP), com 2.477, e Aparecida de Goiânia (GO), com 2.438 casos.

Este período do ano já costuma ser mais propício para o aumento de casos de dengue. Isso acontece devido aos ciclos de chuva entre os meses de março e abril e ao tempo necessário para a replicação e disseminação do vírus entre os humanos e os vetores. Apesar disso, os números desse ano acenderam uma preocupação em boa parte dos profissionais da saúde.
“No ano passado, a gente estava em baixa atividade da dengue, então o aumento em si não seria tanto. Mas se a gente compara o histórico de várias temporadas de dengue, a gente vê que se aproxima dos altos índices de 2016 e 2020”, pontuou a coordenadora do InfoDengue da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Cláudia Codeço, conforme informações da CNN.
Chikungunya e Zika
Como já se sabe, o mosquito Aedes aegypti, além da dengue, também transmite a Chikungunya e Zyka. Ambas as doenças também registraram aumento no começo deste ano em relação ao ano passado, mas, em comparação com a dengue, o crescimento foi bem menor. No caso da Zika, houve um aumento de 11,5% no número de casos entre 2 de janeiro e 26 de fevereiro deste ano em relação ao mesmo período de 2021, com incidência de 0,4 caso por 100 mil habitantes.
Já a chikungunya registra uma queda de 10,4% entre 2 de janeiro e 12 de março de 2022, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Dengue X Ômicron
Os sintomas da dengue e da ômicron podem ser bem semelhantes. Justamente por isso, é importante saber diferenciar entre as duas para saber qual o tipo de teste procurar. Vale ressaltar que, em ambos os casos e sempre que a dúvida bater, o correto é procurar um médico para conseguir entender o que está acontecendo e qual a melhor forma de tratar. Veja abaixo os sintomas e diferenças entre as duas:

Sintomas da dengue
- Febre alta (39° a 40°) de início abrupto com duração de até 48h
- Dor de cabeça
- Dor atrás do olho
- Dor muscular
- Dor na barriga
- Presença de manchas vermelhas no corpo
- Náusea
- Sinais de desmaio
- Dificuldade na ingestão de líquidos
Sintomas da Ômicron
“Os sintomas da variante estão mais relacionados ao quadro original do coronavírus”, explica o dr.Filipe Prohaska, pai de Letícia e Luisa, infectologista da Oncoclínicas: quadro inflamatório gripal, congestão e secreção nasal sem comprometimento pulmonar, mas que em alguns casos pode haver necessidade de internação.
De acordo com Prohaska, a dificuldade em identificar a dengue de uma contaminação pela Ômicron acontece porque as doenças se manifestam de maneira parecida no começo dos ciclos. “Estamos em um período em que a dengue é muito comum. A evolução dos dois tende a ser diferente: a dengue dá dores no corpo de forma mais intensa junto com a febre, enquanto a covid-19 possui sintomas mais respiratórios e com a congestão nasal”.
Existem dois tipos de tratamento para a dengue, dependendo da manifestação dela no corpo do infectado: com medicação para aliviar a dor causada pela inflamação no corpo, aliado à hidratação rigorosa; e internação quando o quadro evolui para febre hemorrágica a partir do quinto dia de doença. “Nesse caso, o corpo dá sinais de alarme: dor de cabeça, queda de pressão, dores abdominais e falta de ar. É preciso ter muito cuidado”, enfatiza o especialista.
Prohaska reforça que a melhor maneira de identificar as doenças é realizando exames. Isso ajuda a fechar o quadro do diagnóstico e, dessa maneira, tratar cada problema de maneira adequada. Além disso, é preciso ficar atento com o acúmulo de água que facilita a criação do mosquito e propagação da dengue. Em tempos de chuva, certifique-se de eliminar pontos de água parada.