Publicado em 24/03/2023, às 05h30 - Atualizado em 12/04/2023, às 14h11 por Redação Pais&Filhos
Você sabia que nesta sexta-feira, 24 de março, é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose? Todos os dias, cerca de 4 mil pessoas perdem a vida para a doença, enquanto outros quase 10 milhões sofrem com ela. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir de um relatório divulgado em outubro de 2020, o problema ainda é um desafio quanto as metas globais de prevenção e tratamento.
A pneumologista Karla Cristina de Moraes Arantes Curado, que atende no centro clínico do Órion Complex, explica que a tuberculose pode ser confundida com outras doenças, por isso, é superimportante ficar de olho. “Isso pode acontecer porque ela manifesta sintomas parecidos como tosse, febre e fadiga respiratória”. Além disso, a médica alerta os pacientes que estão com coronavírus. “Quem tem Covid pode sim pegar tuberculose, uma vez que a Covid é uma doença viral e que deixa o indivíduo mais debilitado e suscetível a outras infecções bacterianas”.
O pneumologista Valter Eduardo Kusnir, da Santa Casa de Mauá, explica que a tuberculose é uma doença infectocontagiosa, causada pela micobactéria Mycobacterium tuberculosis. Podendo afetar o pulmão e até mesmo outros órgãos do corpo, ela também é conhecida por bacilo de Koch. Segundo o Ministério da Saúde, por ano, 70 mil brasileiros recebem o diagnóstico.
A tuberculose pode ser classificada em tipos, que variam quanto a gravidade. A mais comum é a pulmonar e a extrapulmonar, que atinge outros locais do organismo além do pulmão e pode ser grave; Outro variação é a óssea, pouco comum e que provoca dor e inflamação; A ganglionar atinge os gânglios do tórax, virilha, abdômen e também pescoço. A pleural acontece quando a pleura é atingida, tecido que reveste os pulmões, e causa dor e dificuldade para respirar.
Dentre os principais sintomas de tuberculose, o pneumologista destaca: tosse forte e frequente por mais de duas semanas; presença de catarro, que dependendo do tempo de evolução e gravidade pode conter sangue; febre, com predominância, em muitos casos, no período vespertino; falta de ar; cansaço; dor no peito; perda de apetite e peso. Além disso, Karla acrescenta que: “a sudorese e febrícula tendem a começar partir das 18h”.
Para descobrir o diagnóstico de tuberculose do tipo pulmonar, é realizado o exame do escarro, no qual o resultado é positivo na pesquisa do bacilo. Já para identificar se o problema é extrapulmonar, é feito uma biópsia do tecido afetado, ou ainda o teste cutâneo de tuberculina, chamado de Mantoux ou PPD, que geralmente é negativo em 1/3 dos pacientes.
Felizmente, de acordo com Valter Eduardo, a tuberculose pode ser tratada e tem cura, mas a demora no diagnóstico pode prejudicar esse processo, pois os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças respiratórias, incluindo a covid-19. ” O tratamento é longo, dura cerca de seis meses, mas muitos pacientes o abandonam por sentir que estão melhores e algum tempo depois a doença retorna ainda mais agravada”, alerta o médico.
Geralmente, o tratamento é feito a partir de medicamentos, que devem ser sempre recomendados pelo seu médico pneumologista, por um período de três meses. Por isso, é superimportante fazê-lo da maneira correta para que o quadro não evolua. “Por ser um tratamento de longa duração e os medicamentos às vezes causarem muitos sintomas de desconforto gastrointestinal, ele tem sido descontinuado com muita frequência”, lamenta a médica. A partir disso, apenas o especialista poderá decidir quais serão os próximos passos.
Para os bebês e crianças, a prevenção contra tuberculose pode ser feita através da vacina BCG – Bacilo de Calmette e Guérin, que costuma deixar uma marca na altura do ombro, comprovando que o paciente foi imunizado para a doença. “A prevenção é através da vacina BCG, aplicada em toda criança nascida no Brasil no primeiro mês de vida. Todos os indivíduos ao nascer devem tomar a BCG e ela deve ser dada até no máximo até os 5 anos. Não é preciso reforços”, explica Karla.
Além disso, para driblar o problema, é importante evitar aglomerações e manter sempre os ambientes arejados. “Vale lembrar que a tuberculose, assim como outras doenças respiratórias, é mais frequente no período de meses frios, onde há aglomeração entre as pessoas e os ambientes públicos tendem a se manterem com menor circulação de ar”, conclui o pneumologista.
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