A pele de tilápia já foi utilizada como suporte em outras cirurgias na face e no crânio, em Campinas, São Paulo. Normalmente utilizadas para tratar queimaduras, agora descobriram que a pele pode auxiliar no tratamento da Síndrome de Apert.
A Síndrome de Apert é uma anormalidade embriológica que ocasiona a junção de três ou mais dedos das mãos ou dos pés. A cirurgia utilizada atualmente exige muitos curativos e é dolorosa para as crianças. O procedimento visa retirar um pedaço de pele do abdômen da criança para enxertar nos dedos e fazer a correção.
A pele da tilápia é colocada no primeiro procedimento. Com cinco dias, é aberto o curativo para avaliar se houve melhora. Entre 10 e 12 dias, remove-se “a capa” da pele e é realizada mais uma enxertia com a pele do próprio paciente.

O médico cearense Edmar Maciel, coordenador geral da pesquisa da pele de tilápia acompanhou de perto o procedimento e afirmou que o curativo tem diversos benefícios. Por isso tem sido visto como um método promissor. Ele afirmou que o método é mais rápido e não deixa cicatriz no abdômen.
O trabalho foi desenvolvido após um ano de preparação e agora espera pela aprovação em Comitês de Ética para ser utilizado como um procedimento padrão, em todos esses tipos de cirurgias.Atualmente, estudos envolvendo a pele da tilápia envolvem 262 pesquisadores em nove estados do Brasil e mais oito países. Ela vem sendo estudada aqui no Brasil desde 2017.