A tecnologia é um instrumento ótimo para facilitar a vida de qualquer pessoa, principalmente os smartphones. Cada vez mais cedo, as crianças aprendem a mexer nas telas e passam muito tempo se divertindo em aplicativos, assistindo vídeos, jogando e brincando nas redes sociais. Porém, nós já dissemos e vamos reforçar: é preciso ter muito cuidado com o que as crianças veem nas telas dos celulares, principalmente se o objeto for dos pais.
Uma imagem falsa está circulando no WhatsApp e é um golpe. Com a Turma da Mônica de fundo e uma linguagem usada especificamente para as crianças, a mensagem pede que a criança envie o número do cartão dos pais, com data de expiração e código de segurança.
A foto, que tem todos os personagens da Turma da Mônica, faz um convite para as crianças “fazerem parte” da turma. “A Turma da Mônica está procurando um novo amigo! Quer fazer parte da turminha? Tudo o que você tem que fazer é comentar: o número do cartão de crédito da mamãe, os 2 numerozinhos atrás e a data de expiração”, diz a publicação.
A Maurício de Sousa Produções emitiu ma nota de esclarecimento declarando uso indevido de personagens e negando que a promoção seja real. “A Maurício de Sousa Produções (MSP) informa que não tem nenhuma relação com postagem fake que circula na rede internet e aplicativos de mensagens, como WhatsApp, usando indevidamente as imagens dos personagens da Turma da Mônica solicitando para as crianças o envio de dados de cartão de crédito dos pais. A MSP alerta para que não se repasse esse tipo de conteúdo falso adiante”, afirmou a publicação.
Pablo Sartori, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, disse, em entrevista ao portal Extra, que felizmente ainda não recebeu nenhuma denúncia sobre o golpe. Porém, é bom ficar de olhos bem abertos e sempre alerta com as crianças!
A Polícia Federal afirmou que até então não recebeu denúncias sobre o golpe da Turma da Mônica. Porém, é bom ficar atento ao seu filho e evitar que as crianças tenham fácil acesso aos cartões de crédito dos pais.
O que os pais podem fazer
Segundo o CyberHandbook, somente no Brasil, 62 milhões de pessoas foram vítimas de cibercrimes em 2017, o que representa 61% da população adulta com acesso à internet. Entre crianças e adolescentes, esse número aumenta: cerca de 80% dos pais não têm ideia dos conteúdos acessados pelos filhos diariamente na internet, o que os coloca em uma posição vulnerável.
Para Andrea Ramal, consultora em Educação, Doutora em Educação pela PUC-Rio e autora do livro Educação na Cibercultura, os pais precisam estar conectados e participar ativamente do mundo digital para conseguir monitorar a atuação dos próprios filhos nas redes sociais.
“Eles precisam se informar cada vez mais sobre as novas tecnologia e aprender a usar os dispositivos e mídias que os filhos dominam. Só assim, vão conseguir saber o que está acontecendo e agir de forma preventiva sempre que uma possível ameaça for detectada”.
Mas tudo deve ser feito com consciência, não vale entrar com uma postura de somente vigiar e controlar. É preciso construir um diálogo em família sobre o uso da internet, para que a criança ganhe autonomia e aprenda aos poucos o que pode ou não fazer nas redes. “Os pais devem se mostrar sempre receptivos a conversar e se interessar pelo ocorrido, sem sermões, mas buscando informações que possam elucidar o caso e confortar a criança”, aconselha Andrea.
De olho no seu filho
Caso seu filho seja exposto a golpes como esse, o melhor caminho é denunciar e registrar pelo número 181 ou diretamente em uma delegacia especializada. “Para contribuir com o trabalho das autoridades, é indicado que os pais consigam uma imagem da página, que pode também ser impressa, registrem as conversas e armazenem todas as informações que possam contribuir para o esclarecimento do caso. Também vale entregar computadores e aparelhos celulares para que sejam realizadas perícias e os criminosos possam ser encontrados e punidos”, explica Andrea.
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