Vários orangotangos e outros macacos do Zoológico de San Diego receberam uma vacina experimental contra a Covid-19 desenvolvida especificamente para animais. Eles foram os primeiros primatas não-humanos conhecidos a receber a injeção. Entre os orangotangos que receberam a dose está o Karen, que já fez história anteriormente, em 1994, quando foi o primeiro macaco do mundo a fazer uma cirurgia de coração aberto. Além dele, outros oito macacos do zoológico receberam as duas doses da vacina, desenvolvida pela farmacêutica Zoetis.

“Esta não é a norma. Em minha carreira, não tive acesso a uma vacina experimental tão cedo no processo e não tive um desejo tão grande de querer usar uma”, disse Nadine Lamberski, chefe de conservação e vida selvagem oficial de saúde da San Diego Zoo Wildlife Alliance, em entrevista a National Geographic.
A vacina em questão havia sido desenvolvida para gatos e cachorros, apesar disso, Lamberski garante que não há nenhum problema em aplicá-la nos macacos. “Não é como se pegássemos aleatoriamente uma vacina e a aplicássemos a uma nova espécie”, disse ela. “Muita reflexão e pesquisa são feitas – qual é o risco de fazer e qual é o risco de não fazer. Nosso lema é, acima de tudo, não causar danos”, pontuou.
Lamberski disse que, como as vacinas são feitas para um patógeno específico e não para uma espécie específica, é comum dar uma vacina destinada a uma espécie para outra. Os macacos no zoológico recebem vacinas contra a gripe e o sarampo desenvolvidas para humanos, por exemplo, explicou ela.
Gorilas do zoológico já testaram positivo para a Covid-19

Em janeiro, oito gorilas do zoológico se tornaram os primeiros macacos do mundo a testar positivo para coronavírus. Eles agora estão se recuperando enquanto os colegas de zoo recebem a vacinação para se proteger. As infecções também foram confirmadas em cães, gatos, visons, tigres, leões e vários outros animais em todo o mundo. No entanto, os grandes macacos são uma preocupação particular.
Isso acontece porque todas as espécies de gorilas estão listadas como ameaçadas de extinção ou em perigo crítico na Lista Vermelha da IUCN, com a “suscetibilidade a doenças” como uma das principais ameaças. As infecções se espalham rapidamente entre os animais, que vivem em grupos familiares próximos.
Um porta-voz da Zoetis disse à National Geographic que outros zoológicos dos EUA solicitaram doses da vacina para os macacos de lá. A empresa espera que mais produtos estejam disponíveis em junho.