Na última quinta-feira, 20 de julho, dois irmãos de 6 e 9 anos de idade pularam do segundo andar em um prédio no bairro de Recreio das Acácias, na zona sul de Ribeirão Preto, em São Paulo, após a chegada do Conselho Tutelar que foi acionado pelos vizinhos.

Geslaine Thomaz Castilho, mãe dos garotos, saiu para trabalhar e deixou os filhos sozinhos porque não tinha com quem os deixar. A denúncia foi feita por maus-tratos, violência doméstica e cárcere privado. Segundo a conselheira tutelar Marlene Colombo, as crianças estavam trancadas dentro do apartamento.
Marlene ainda relatou que não percebeu que os irmãos tinham a intenção de pular, enquanto falava com eles. “Eu acredito que as crianças se assustaram porque temos a informação de que a própria mãe já as amedrontava dizendo que ia entregá-las para o conselho. Acho que foi aí que, de alguma forma, eles acharam que iam ser levados pelo conselho”, disse Marlene, entrevista à IPTV.

A responsável do Conselho Tutelar também afirmou que eles têm marcas de violência pelo corpo e, por isso, passaram por um exame de corpo de delito. “A conselheira observou que a casa tinha higiene precária e que havia pouca alimentação”, informou a delegada Patrícia de Mariane Buldo, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
O pai das crianças mora em Santa Catarina e ele e Gislaine são divorciados. O Conselho Tutelar deve acioná-lo para acolher os meninos que, enquanto isso, ficarão sob a guarda de uma tia provisoriamente.

Quais os riscos de uma queda às crianças?
De acordo com a Sociedade de Pediatria de São Paulo, as quedas representam a principal causa de atendimentos em serviços de emergência e de internações em crianças de zero a nove anos de idade. Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde mostrou que 50% dos atendimentos em crianças nessa faixa etária foram devidos a esta causa, e os dados ainda mostram que o perigo nem sempre está nas ruas, mas a maioria das quedas ocorre na casa onde as crianças vivem.

A Dra. Maria Amparo Martinez, coordenadora da Pediatria do Hospital Nove de Julho, explicou o que os pais devem fazer neste momento de desespero. “Deve-se buscar o atendimento médico imediatamente nas seguintes situações: quedas de bebês com menos de três meses; crianças com menos de dois anos em altura maior de um metro; crianças com mais de dois anos que tenham sofrido quedas de mais de um metro e meio; crianças que tenham sofrido acidentes de carro, quedas de escadas, quedas de mais de três metros ou em situações que apresentarem os sinais de alerta anteriormente citados.”
Antes de tudo, é importante entender por que acidentes de queda são mais fáceis de acontecer com as crianças. A criança, sobretudo a com menos de dois anos, sofre ainda mais riscos de ser afetada por quedas mais sérias — por ainda ter uma estatura pequena, quando ocorre a queda, ela tem risco de sofrer um trauma.

A Dra. Maria ainda reforçou que alguns sintomas podem ser identificados após o trauma da queda. “A presença de qualquer um deles é indicativa de procurar avaliação médica”. Saiba quais são os sinais:
- Vômitos;
- Imobilidade em alguma parte do corpo;
- Perda ou diminuição do nível de consciência;
- Dificuldade para andar;
- Irritabilidade;
- Perda do equilíbrio;
- Sangramento no nariz e ouvidos;
- Olhos roxos;
- Mudanças na respiração (ou muito lenta ou muito rápida);
- Alteração visual.