Família

Lidere como uma mãe: 8 mulheres que provam como a maternidade só tem a somar no lado profissional

Mulheres que são mães e estão à frente de empresas - (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Publicado em 10/05/2024, às 18h46 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo


As mulheres ocupam apenas 29% dos cargos de liderança nas indústrias brasileiras, segundo dados da pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Instituto FSB. Essa realidade é ainda menor para mulheres que são mães. Do outro lado, uma pesquisa realizada pela Filhos no Currículo mostra que 98% das entrevistadas ganharam habilidades com a vinda da maternidade que melhoraram o desempenho no trabalho, o que, em resumo, significa que mulheres se tornaram líderes melhores após o nascimento dos filhos. A conta não fecha. 

Isso tudo, porque há um enorme preconceito marcado por estigma, desinformação e até machismo de que mães não são tão boas profissionais quanto mulheres sem filhos. Sim, absurdo. Por isso, em maio, no mês das mães, fazemos questão de levantar essa bandeira e mostrar que não apenas mães são excelentes profissionais como capazes de ocupar os cargos que almejam. Reunimos histórias de mulheres, mães e profissionais que são líderes em setores predominantemente masculinos, cada uma com sua trajetória e escolhas de caminho.

Luana Génot

A fundadora e diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil e mãe de Alice tem como as duas principais referências da vida a mãe e a avó, que faziam questão de reforçar o que viam de melhor nela e fazê-la continuar. Para ela, conciliar carreira e maternidade não foi algo instantâneo, mas uma busca: “Fui trabalhando na cabeça, fui aprendendo a estabelecer mais os meus limites. É um processo de aprender a valorizar aquilo que considero ser de qualidade, muito mais do que a quantidade. Hoje, já consigo dizer muito mais facilmente não, por entender aquilo que eu quero”. 

Luana Génot
Luana Génot é diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil - (Foto: Divulgação/Jorge Bispo)

Luana afirma que a maternidade mudou a própria relação com o trabalho: “A mudança, para além da minha filha, é para mim. Eu estou até com mais pressa de fazer as coisas, tenho menos postergação. Eu quero um futuro melhor para a minha filha, mas antes pra mim. Se eu trabalhar aqui para ter um hoje melhor, o futuro dela vai ser melhor ainda”. Para ela, é necessário envolver todo mundo nesse processo de mudança: “A gente precisa encarar essas lutas sem negligenciar o lugar de fala e protagonismo de quem sente isso na pele. Mas ao respeitar, entenda que o nosso lugar é lutar junto. É algo que não afeta só a mim, mas toda a sociedade. Quando você tem mulheres negras altamente capacitadas, seja pela academia ou vivências que tiveram, e não consegue projetar para elas oportunidades, todo mundo perde”. 

Ana Fontes

A empreendedora social e fundadora da Rede Mulher Empreendedora tem um currículo extenso: eleita como Empreendedora do Ano pela IstoÉ Dinheiro e uma das 20 mais poderosas do país pela Forbes Brasil 2019 e Top Voices Linkedin 2020, ela foi vencedora do Prêmio Folha Empreendedor Social de 2020. Ela, que é mãe de Daniela e Evelyn, aponta: “Depois que se torna mãe, a mulher costuma não se sentir mais acolhida no ambiente de trabalho. Os chefes e colegas não sabem lidar com esse novo momento da mulher, que fica ainda mais insegura e com uma sensação de não pertencimento”. Após sentir isso na pele, Ana, atualmente, ajuda mulheres de todo o país a trilhar o caminho da independência financeira e do empoderamento feminino

Ana Fontes
Ana Fontes é fundadora da Rede Mulher Empreendedora - (Foto: Divulgação)

“A mulher tem uma visão muito mais humana, colaborativa e cuidadosa para o empreendedorismo. Após a maternidade, ela se preocupa ainda mais com quem está à sua volta e ajuda as pessoas a crescerem junto com o negócio”, defende ao dizer que as mães também têm uma busca maior por um propósito: “A gente só muda as coisas quando temos o olhar de transformação e a maternidade mudou meu mundo”. A empreendedora faz questão de destacar que não dá conta de tudo e ninguém dá: “Eu sou uma mulher possível” e manda um recado para as mães: “A jornada é longa, mas vale muito a pena”.

Juliana Azevedo

Mãe de Rafael, ela se tornou presidente da Procter & Gamble Brasil, empresa onde começou a trajetória como estagiária, até alçar voo e atingir o posto de primeira mulher no país a ser presidente da P&G. Em entrevista à Pais&Filhos, ela ressaltou o acolhimento que recebeu dentro da empresa ao anunciar a gravidez e a importância dessa atitude para o crescimento pessoal e profissional. “Eu sempre digo que você se torna uma líder melhor, um ser-humano melhor quando se torna mãe. Você vê o mundo diferente. Não quer dizer que aquelas mulheres e homens que não escolhem ter filhos não têm muito a agregar. É só diferente e a diversidade é um privilégio da humanidade”, pontua. 

Juliana Azevedo
Juliana Azevedo é presidente da Procter & Gamble Brasil - (Foto: Divulgação)

Juliana ainda falou sobre a importância de pedir ajuda: “A ajuda pode ser tanto de incentivar no trabalho, por exemplo, porque você está vendo que a sua colega não está com coragem de pedir um aumento do salário, trocar experiências, garantir espaço na mesa. Tem grandes e pequenas ajudas. Toda vez que o mundo sofre uma queda no número de mulheres no mercado de trabalho e na liderança, a sociedade sofre”. Para ela, empresas plurais têm apenas a ganhar em todos os sentidos.

Luiza Helena Trajano 

Mãe de três filhos, Ana Luiza, Frederico e Luciana, a Presidente do Conselho da rede Magazine Luiza defendeu os direitos das mulheres e o apoio que fez com o projeto Grupo Mulheres do Brasil. Segundo ela, um dos maiores incentivos hoje em dia é a prática do home office, que se intensificou após o início da pandemia devido ao isolamento social e completa: “A empresa dá até 6 meses de licença-maternidade, mas eu vi que tem mulher que tem medo e volta com 4 meses. Eu tenho a impressão de que com o home office essa mulher consegue entrar em tudo, no rito de comunhão, nos resultados, em tudo mesmo depois que retorna”.

Luiza Helena Trajano
Luiza Helena Trajano é Presidente do Conselho da rede Magazine Luiza - (Foto: reprodução/Instagram)

Ao se deparar com outras funcionárias que desejam ser mãe e tem receio ou até mesmo já são mães e temem o retorno, ela faz questão de aconselhar: “‘Gente, eu tive 3 filhos trabalhando, fazendo… Vamos lá’. Não tem receita”. Luiza afirma que nunca deixou de trabalhar por ser mãe e isso a fez realizada como mulher, o que, claro, também teve efeitos positivos na própria maternidade. 

Taiza Krueder

"O que um filho mais precisa é de um pai e uma mãe felizes. E o que você está fazendo para que isso aconteça, está valendo", é assim que a Proprietária e CEO do Clara Resort, mãe de Catarina, Matias e Cristina, enxerga a maternidade. E isso envolve o lado profissional. Fazer o que você gosta, enxergar propósito, ser acolhida, ser valorizada dentro do ambiente de trabalho pode, sim, ser um estímulo no âmbito pessoal. Para ela, a vida é feita de escolhas e nesse equilíbrio entre maternidade e carreira não é diferente: “Nós, mães, temos a culpa. Mas eu não acho que perdi coisas profissionalmente porque eu tenho filhos, mas talvez eu tenha perdido coisas da maternidade por trabalhar”. 

Taiza Krueder, do Clara Resort
Taiza Krueder é CEO do Clara Resort - (Foto: Arquivo Pessoal)

Taiza ainda falou sobre o exemplo que dá para os filhos ao ter gerido uma rede de hotéis enquanto criava eles: “Acho que o melhor patrimônio que você pode deixar para os filhos é o amor por estudo, entender que se tem que estudar e trabalhar para ter o que é o seu”. Feliz e realizada, a CEO do Clara Resort não tem dúvida que ter os filhos como “hóspedes” foi um “plus”, ao ter feedbacks diretos, que permitiram adequar os hotéis a diferentes necessidades. 

Karla Marques Felmanas 

Executiva, empreendedora 
e mãe de três filhos. Ocupa a vice-presidência de uma das maiores indústrias farmacêuticas do país, o Grupo Cimed e foi eleita como uma das Mulheres de Sucesso 
pela Forbes em 2021 e é firme ao dizer: “Eu não conseguiria ser uma pessoa realizada se eu tivesse sido só mãe”. Por isso, o trabalho sempre fez parte da rotina e essa realização profissional era uma motivação extra para passar aos filhos. E exatamente por ter a agenda corrida, ela acrescenta: “Sempre preservei o máximo possível a qualidade do tempo que estava com eles e não a quantidade, porque poderia não ser uma opção minha”. 

Karla Marques
Karla Marques é vice-presidente do Grupo Cimed (Foto: Divulgação)

Karla comentou que os filhos sempre souberam disso e que ela estava disponível por telefone ou celular, mas não necessariamente naquele momento e, assim, comenta: “Eu falo aqui na minha vida. Sem dúvida nenhuma, o trabalho é muito importante para mim, mas a minha família tem o primeiro lugar”. 

Roberta Medina

A vice-presidente executiva da Rock World, empresa que criou, organiza e produz o Rock in Rio e o The Town, mãe de Lua e Theo, destaca a importância da educação no empoderamento feminino e que ele é capaz de proteger a mulher dos preconceitos: “Eu era caçula de dois irmãos homens, e quem estava à frente ali do festival era eu. Ou seja, dentro da minha jornada, quando entramos na área profissional não tinha diferença nenhuma, pelo contrário”. Para ela, a parte mais difícil de conciliar trabalho e maternidade é a gestão de tempo, porque vivemos todos correndo. 

Roberta Medina
Roberta Medina é vice-presidente executiva da Rock World - (Foto: Divulgação/@anekarr006)

Ela, que esperava se manter workaholic após o nascimento da filha, afirma: “Antes de ser mãe, você não sabe quem será neste papel. A partir do momento que a Lua saiu da minha barriga, eu descobri uma outra Roberta, em que a executiva perdeu completamente a relevância sobre o papel de mãe. Então, o que é mais importante para mim é ser uma mãe presente, amorosa e dar as ferramentas que eles precisam, todas que forem possíveis. E, em paralelo, conseguir continuar me alimentando, alimentando o meu gosto, a minha alegria por trabalhar e por ser produtiva”. 

Agatha Abrahão

Mãe de duas crianças, a diretora da área de Cultura Organizacional do Grupo Águia e diretora executiva da Stella Barros Turismo acha fundamental defender o que acredita e isso a guiou durante a jornada como profissional: “Sempre aproveito a oportunidade para construir espaço de um novo mindset”. Sobre a chegada dos filhos em meio a carreira, ela faz questão de pontuar: “Uma vez uma amiga perguntou se a maternidade não me tirava a identidade. Eu respondi que ela me fez encontrar a minha mais autêntica identidade”. 

Agatha Abrahão
Agatha Abrahão é diretora da área de Cultura Organizacional do Grupo Águia - (Foto: Divulgação)

Para as empresas acolherem as mães, principalmente após o parto, ela sugere: “Voltar de uma licença é um processo indescritível. Parece que você volta de uma realidade paralela e precisa aos poucos fazer um novo download de tudo, uma nova dinâmica. Você é de fato uma nova pessoa. Entender isso é vital para compreender o timing de retomada após um filho. Com o tempo, a mulher faz emergir um poder de criação e de entrega ainda mais potentes”. 


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