Família

Lorrane Oliveira conta como lidou com luto e depressão após morte de irmã de 21 anos: ‘É por ela’

Reprodução: Instagram

Publicado em 31/07/2024, às 11h03 por Ana Luiza Messenberg


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A ginasta Lorrane Oliveira, conquistou na última terça-feira, dia 31 de julho, uma medalha olímpica inédita para o Brasil: bronze por equipes na ginástica artística, tudo em meio ao luto. A atleta passou por um dos momentos mais conturbados e infortúnios da vida apenas três meses antes das Olimpíadas. Em abril, enquanto Lorrane estava em Troyes, na França, treinando com a seleção brasileira, recebeu a notícia de que a irmã caçula, Maria Luiza, de somente 21 anos, tinha falecido. A medalhista contou que teve apoio psicológico e das colegas de equipe Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Júlia Soares .

“Não esperava passar por isso, nem estar nos meus segundos Jogos Olímpicos de luto. Confesso que pensei em desistir e não vir. Abrir mão. Mas essa equipe maravilhosa me ajudou diariamente. Elas deram o tempo de que eu precisava, meu treinador me apoiou. Foi difícil, eu chorava todos os dias. Tinha dias que não treinava, mas elas sempre me apoiaram. Às vezes só precisava de um abraço, e elas estavam ali. Toda a equipe me ajudou, principalmente a psicóloga Aline (Wolff) e meu psiquiatra Hélio (Fadel). Eles foram essenciais nessa fase. Se não fosse por eles, não estaria aqui. Minha família, meus amigos... Essa medalha é para todo o Brasil, mas também para a minha irmã. Ela sonhava junto comigo”, contou após o pódio de Paris.

Lorrane conseguiu a medalha de bronze nas Olimpíadas - Reprodução: Instagram

 

A ginasta conta com um currículo impressionante, sendo finalista no individual geral do Mundial de 2015, participação nas Olimpíadas Rio-2016 e a prata por equipes no Mundial em 2023. Lorrane tem como especialidade as barras assimétricas, o ponto fraco do Brasil na ginástica, e era a peça chave da equipe. Contudo, o objetivo da medalha olímpica ficou de lado devido ao momento de extrema perda e luto. A atleta recebeu apoio do treinador Francisco Porath e da comissão técnica, que permitiram que ela  ficasse duas semanas sem treinar e voltasse no próprio ritmo.

Durante o período difícil, a brasileira de 26 anos sofreu com depressão e, perto dos jogos, não tinha forças e motivação para continuar treinando.A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) forneceram todo o suporte psicológico necessário. Em Paris, o COB oferece para os atletas cinco psicólogos e o psiquiatra Hélio Fadel, sem contar com o coach.

 

“Em situações assim, buscamos dar o mais imediato e completo amparo para a atleta. O fato de ela estar em viagem às vésperas de uma competição importante exigiu uma ação coordenada entre todos os profissionais que a acompanhavam. Isso envolveu a equipe médica presente, psicologia e psiquiatria (mesmo à distância), além do máximo suporte da coordenação da ginástica artística. Foi optado, juntamente à atleta, que ela retornaria ao país e, então, a médica da equipe (Lara Ramalho) a acompanhou de volta. Toda a rede de apoio foi montada e uma supervisão mais constante entrou em vigor” contou Hélio Fadel.

Lorrane está, aos poucos, conseguindo se reerguer. Contando com o suporte e apoio das colegas de equipe e dos profissionais, a atleta decidiu participar da competição. Transformando em motivação o luto, a perda e a saudade, chegou em Paris com o intuito de ganhar uma medalha para dedicar à Maria Luiza. Na final por equipes, ela abriu a participação do Brasil, se apresentando nas barras, aparelho que tem como especialidade, e somou 13.000 pontos.

 

“Não me preparei da maneira que poderia. Quem me conhece sabe que não fiz a melhor paralela que poderia. Fico triste por isso, mas ao mesmo tempo feliz. Depois do que passei, ainda consegui estar aqui e fiz o melhor que podia para representar meu país e minha família. Agora somos medalhistas olímpicas e pude contribuir para isso”, contou.

Enquanto disputava o Troféu Brasil em junho, a ginasta voltou a competir e enfatizou o desejo de conseguir a medalha para dedicar à irmã. 

 

“É uma luta diária. Mas a força maior que eu tirei foi por ela. Ela era a minha fã número 1 e sempre dizia que queria me ver nos Jogos Olímpicos, para eu trazer uma medalha para ela. Eu ia para o ginásio todos os dias com a dor da saudade e ainda vou, mas é por ela”, contou Lorrane em entrevista ao ge.

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