
Gláucia Andressa tem 27 anos, é mãe biológica de Emily, 2 anos, e agora também é mãe de Cotinha, uma senhora de 67 anos. Ela adotou a idosa que morava há 60 anos na instituição na qual ela trabalhava. Cotinha chegou ao hospital da Beneficência Portuguesa depois de ser atropelada ainda criança e ficou por lá porque ninguém apareceu para buscá-la.
Tudo começou quando Gláucia começou a trabalhar como copeira na unidade do hospital em Araraquara e conheceu a senhora que tinha sido adotada pelas freiras da instituição. Não se sabe ao certo a idade de Cotinha, nem o verdadeir o nome dela, ela estava sem documentos quando chegou ao hospital, na década de 60.
A senhora ficou todos esses anos em um quarto ao lado da lavanderia e ficou amiga de Gláucia, em 2010, no refeitório dos funcionários. Mas o hospital foi fechado por conta de uma dívida e Cotinha foi mandada para um abrigo.
Gláucia contou ao site Razões Para Acreditar, que assim que soube disso foi visita-la e encontrou a ‘filha’ chorando em um canto, pedindo para ir embora. Ela então entrou em contato com uma advogada e começou o processo para ter a guarda de Cotinha.
A idosa que quase não fala, apenas repete algumas palavras e se comunica com ajuda de gestos está vivendo com Gláucia, Emily, os pais e com o marido da copeira. Para o site, Cotinha conta que nunca recebeu visitas, mas que ganhou uma família após a unidade ser fechada.
“Quando decidi levá-la para casa, não pensei no dia de amanhã. Sabia apenas que estava cumprindo uma missão que Deus havia me confiado: ser a ‘mãe’ da Cotinha. A Cotinha ganhou um lar e eu, mais uma filha. Quando viu a Emily me chamar de mãe, começou a chamar também”, explicou Gláucia.
Cotinha finalmente ganhou uma certidão de nascimento e perante ao Estado, se chama Maria Coutinha dos Santos Gomes e comemora o aniversário no dia 12 de outubro, a data que recebia os parabéns das freiras do hospital.
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