João Rafael, nasceu de uma mãe com diagnóstico positivo para o vírus da AIDS, foi abandonado por ela logo na maternidade, e hoje ele encontrou um lar e uma nova mãe Emanuele Coelho, 40 anos. A fonoaudióloga conheceu ele aos dois meses de idade, quando funcionários do abrigo em que a criança se encontrava à época o levaram para uma consulta. Foi amor incondicional à primeira vista.
“Coloquei ele no colo e ele parou de chorar na hora. Foi quando perguntei sobre a mãe dele e me disseram que ele foi abandonado. Nesse momento Deus colocou no meu coração a missão de amar e dar o meu melhor para essa criança”, desabafa em entrevista do G1.
Desde de 2017 para cá, ela luta para trazer Rafael para casa, realizando atendimentos semanais ao abrigo onde o menino vivia. A guarda provisória só veio em julho de 2018, e a definitiva no último dia 1º de março. A nova mãe relembra que, nos oito primeiros meses de vida, ele esteve internado oito vezes por complicações respiratórias e até suspeitas de paralisia cerebral e hidrocefalia.
“A gente tinha medo também de ele carregar o vírus HIV, como a mãe biológica dele. A saúde era muito frágil. Em uma das internações o médico mandou eu ir ao abrigo buscar a certidão de nascimento dele porque iria precisar para atestar o óbito, porque ele não passaria daquela noite”, relata emocionada.
Mas Rafael persistiu e resistiu. E o ano de 2019 vem sendo de alegrias para a família. Mais cedo, em fevereiro, exames comprovaram que Rafael não é portador do vírus HIV e que também não tinha paralisia cerebral.
“Antes dele chegar na minha vida eu era uma mãe solteira de um filho adotado e quando ele chegou eu passei a ser a mãe escolhida de um filho muito amado. Ele fez o caminho inverso. Veio de fora para dentro de mim. Ele ressignificou todos os dias e todos os momentos da minha vida. Eu sou a pessoa mais feliz do mundo”, afirma.