Na última segunda-feira, 16 de janeiro, uma mulher deu à luz dentro de um ônibus na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Uma estudante de enfermagem estava presente no local e ajudou na hora do parto. Até mesmo o pai da criança chegou a passar mal e desmaiar em meio a confusão.

De acordo com o G1, ao perceber o que estava acontecendo o motorista do veículo desviou a rota e os levou para o CER Barra, no Hospital Lourenço Jorge. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio conta que assim que o ônibus parou em frente a unidade, a mãe, o pai e o bebê foram atendidos rapidamente por uma equipe de plantão. O pai do bebê contou em entrevista ao G1 qual foi o nome escolhido e o porquê.”Miguel, pois só pode ser um anjo. Miguel porque foi interessante o jeito como nasceu, além de ser interessante porque nem era a rota do piloto, e ele nos deixou na frente do hospital”.
Porém apenas dois dias após o nascimento, a criança foi levada para um abrigo por determinação da Justiça. Camila, a mãe, contou que teve que entregá-lo ainda na maternidade, e não teve mais informações.”Tomaram meu filho, eu não sei onde ele está. Eu não tenho papel, eles não me deram nem xerox do papel de nascido vivo. Eu tô destruída, lembro do meu filho toda hora, ouço o choro dele. Eu não aceito! Queria ajuda de um advogado, alguém que pudesse me ajudar”, disse.

Camila e Wagner são pais de mais três crianças, de 7, 5 e 2 anos, todas sem registros de nascimento. Por isso, elas são impedidas de exercerem alguns direitos, como estudar, e sabendo dessa situação o Conselho Tutelar havia procurado a família e pedido a regularização há cerca de três anos.”Se eu parasse para ir tirar o documento, ia faltar o almoço, a janta. Então eu escolhi o alimento à minha família. Eu vou correr atrás, eu não vou deixar minha família com fome”, contou o pai. Segundo o G1, o Tribunal de Justiça não divulgou informações porque o caso envolve menores de idade e o processo corre em segredo de justiça.