Mariana Carvalho Peixoto é técnica em radioterapia. Ela e seu namorado que é personal trainer, Erik Held, estavam tomando vitaminas para tentarem fazer fertilização in vitro, já que a médica com quem se consultavam havia identificado chances mínimas de concepção natural. Eles estavam tentando há um ano.
No dia que a menstruação de Mariana chegaria, ela identificou mudanças em seu corpo e fez os testes de farmácia e de sangue, o resultado foi positivo e ela e Erik ficaram extremamente felizes com o sonho deles se realizando. A futura mãe já começou a pesquisar maneiras de surpreender as famílias com a novidade.
No mesmo dia, a noite, ela saiu da academia de moto, e estava voltando para casa. O caminho era curto e tranquilo, mas a aproximadamente 400 metros da academia, Mariana encontrou um carro saindo da contramão em um cruzamento.
Na rua, enquanto aguardava o socorro, ela já sabia que perderia a sua perna, porém tinha esperança de estar errada, como contou à UOL. “Naquela hora, passou um filme na minha cabeça: preciso proteger meu bebê“, contou Mariana. Ela ainda falou que o motorista do carro ficou em estado de choque, mas ela não o viu, não sabe quem ele é e não tem raiva.
A futura mãe foi amparada por pessoas na rua até a chegada ao hospital. Lá, ela conhecia boa parte da equipe médica porque trabalha em outra unidade da mesma instituição. “Vivenciar tudo aquilo foi bem delicado, porque eu tinha consciência de que tinha perdido muito sangue. E estava o tempo todo preocupada com minha gestação“, relatou.
Mariana perdeu muito sangue, com risco de morte, então os médicos que a atenderam deixaram claro que tinha a possibilidade de amputação, então assim que ela foi avaliada já descobriu que isso poderia acontecer. “Quando a cirurgia acabou e me informaram da amputação, tive vômitos. Minha única reação foi perguntar por um obstetra.
Foi um momento muito delicado e é difícil de relembrar”, falou.
“Ficar de pé, mesmo com um apoio depois de quase um mês da cirurgia, foi a melhor sensação do mundo, poder olhar as pessoas frente a frente”, disse ela. “Não penso na pessoa que causou o acidente. Quero que essa pessoa siga a vida dela assim como eu estou seguindo a minha. Hoje meu foco é a minha saúde e a do bebê que, assim como eu, sobreviveu a esse acidente”, contou.
Agora, Mariana tem o foco em cuidar da gestação e se recuperar para que possa voltar ao trabalho e fazer as trilhas que ela e o namorado gostam. Além disso, deseja que as autoridades de sua cidade foquem mais em fiscalização para evitar problemas no trânsito. “Quero que as pessoas vejam em mim a Mariana, filha, mãe, irmã, companheira, amiga e profissional. Não sou a perna que eu perdi. Sou muito mais”, declarou.
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