Saúde

OMS convoca reunião de emergência para avaliar epidemia de Monkeypox

Foto: Freepik

Publicado em 08/08/2024, às 15h01 por Ana Luiza Messenberg


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O comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) vai fazer uma reunião "o mais rápido possível" para discutir a necessidade de declarar o nível de alerta mais elevado para a epidemia de Monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos, que está se espalhando por diversos países africanos. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, dia 7 de agosto, pelo diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Dada a propagação do mpox fora da República Democrática do Congo e a possibilidade de uma nova propagação internacional dentro e fora da África, decidi convocar um comitê de emergência para me aconselhar sobre se a epidemia constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional", declarou o diretor durante uma conferência de imprensa.

OMS faz reunião de urgência devido a monkeypox - Foto: iStock

 

Segundo o diretor-geral da OMS, "o comitê se reunirá o mais rápido possível". Uganda relatou os dois primeiros casos de Monkeypox na semana passada no distrito de Kasese, localizado na fronteira ocidental, nas cidades de Mpondwe e Bwera. No mês passado, Quênia e Burundi também reportaram um e três casos de Monkeypox, respectivamente.

A situação é ainda mais crítica na República Democrática do Congo, que notificou 11.000 casos até 20 de julho, incluindo 450 mortes. Recentemente, Ruanda e Costa do Marfim também relataram novos casos da doença. A Monkeypox é caracterizada por erupções cutâneas que podem surgir nos órgãos genitais ou na boca.

A rápida disseminação do vírus e o aumento significativo no número de casos estão levando a OMS a considerar medidas emergenciais para conter a propagação da doença e evitar uma crise sanitária global.

O que é a Monkeypox?

Monkeypox - Foto: Reprodução / Cynthia S. Goldsmith, Russell Regner / CDC via AP

 

De acordo com informações do Ministério da Saúde, é uma doença causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Apesar de ser conhecida popularmente como varíola dos macacos, o vírus não tem nenhuma relação com esse animal. Trata-se de uma doença zoonótica viral, que teve um grande surto na década de 50 na África. Embora o reservatório seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores das florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central.

Quem faz parte do grupo de risco?

Crianças, gestantes, idosos e pessoas imunossuprimidas. Quanto menos imunidade maior é o risco da doença evoluir para um caso grave. Por isso, as crianças, fazem parte deste grupo, especialmente os bebês, que ainda estão desenvolvendo seu sistema imunológico, assim como pacientes com câncer ou alguma imunodepressão.

Como é a transmitido?

A transmissão é basicamente através de contato íntimo, muito próximo. Importante lembrar que pode ser transmitido por via respiratória, mas especialmente por meio das vesículas – bolinhas com água – que se espalham pelo corpo e podem virar feridas. Além disso, o compartilhamento de objetos, como toalha de banho e roupas de cama é outra forma de disseminação do vírus.

É importante que fique claro que a monkeypox não é considerada uma doença sexualmente transmissível, mas que devido o contato muito próximo durante o ato sexual é uma forma comum de transmissão.  Visto que a quantidade do vírus detectada no esperma não sugere que seja essa a principal forma de transmissão, mas sim o contato com as lesões.

Monkeypox - Reprodução / Cynthia S. Goldsmith, Russell Regner / CDC via AP

 

Os pais e cuidadores precisam ficar atentos caso tenham algum sintoma ou testem positivo para a doença, os menores devem ficar sob cuidado de outra pessoa.

E a vacinação?

Já temos a vacina contra a varíola que até então confere uma proteção minimamente razoável para a monkeypox.  Mas não há imunizante suficiente para toda a população mundial. Então, nesse momento ela vai servir para o que chamamos de “bloqueio” – para impedir a disseminação da doença a partir de um caso de uma pessoa que está infectada e devem ser priorizadas as pessoas de alto risco. Com exceção das gestantes, já que ainda não estudos que comprovem a eficácia e segurança nesse público. Mas, a gente tem tido um aumento muito importante no número de casos, então existe a possibilidade de caminhar a vacinação em grande escala.

No último dia 29 de julho, o Ministério da Saúde instaurou o Centro de Operação em Emergências para acompanhar a situação epidemiológica e elaborar um plano de vacinação contra a monkeypox. A previsão é que 50 mil doses sejam destinadas ao Brasil, de acordo com a solicitação feita à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

E quem já tomou a vacina está protegido?

A vacina não faz mais parte do Programa Nacional de Imunização, por isso, as crianças não estão protegidas. Mas, as pessoas com mais de 50 anos que provavelmente tomaram a vacina no passado, vão ser menos afetadas, com exceção de idosos que eventualmente vão ter uma queda na resposta imune que pode voltar a ter a doença.

Mas é importante lembrar que as mutações do vírus eventualmente vão acontecer com o vírus. A gente teve uma experiência, por exemplo, em relação ao coronavírus, que foi adquirindo maior capacidade de transmissão. Mas também pode acontecer com a varíola.

Todos devem ser testados?

A vacina contra a varíola que até então confere uma proteção minimamente razoável para a monkeypox - Foto: Shutterstock

 

O diagnóstico é fundamental para conter a transmissão da doença. Os casos estão crescendo rapidamente e que se os critérios básicos de diagnóstico – ou seja a testagem – não forem feitas corretamente a doença pode sim ganhar grandes proporções.

A partir do momento que nós temos o diagnóstico, existe um segundo ponto, que é o que a gente chama de rastreio. Ou seja, após a pessoa ser identificada com a doença é necessário testar todos que tiveram contato com ela, acompanhar e orientar.  Se elas desenvolverem a doença em algum momento, elas também precisam ficar isoladas.

Mesmo com a pandemia da covid-19, ainda é muito falho para nossa sociedade essa noção de vivência em sociedade, porque nós não vivemos sozinhos, nós vivemos em sociedade e ainda mais num mundo globalizado.

Quais os sintomas?

Os primeiros sintomas são parecidos com um quadro gripal, com aumento dos gânglios – também conhecidos como ínguas e dor no corpo. Em seguida, evolui para as lesões, como se fossem pápulas ou caroços, que evolui para vesículas – bolinhas que têm líquido dentro.

Essas vesículas podem ficar mais concentradas em alguma parte do corpo, dependendo por onde você adquiriu a infecção. Por exemplo se for por um beijo na mão, elas ficam mais localizadas nessa região. Nas crianças, por exemplo, a gente tem visto mais a região do tórax, sendo acometida às mãos.

Qual o período de transmissão?

A partir do momento que você se contamina, você tem um período de incubação que eventualmente é longo e nesse período de incubação a gente ainda está entendendo, mas muito provavelmente pouco antes de começar as manifestações clínicas, você já começa a transmitir e a transmissão vai até o final. A resolução das lesões é diferente da catapora, que normalmente a transmissão acontece enquanto tem bolinhas com líquido.

No caso da varíola, a transmissão também acontece se aquelas casquinhas das lesões já cicatrizadas. Então, a gente não sabe quando que essa transmissão por essa fase da lesão mais a gente sabe que pode transmitir por aí, ou seja, prolonga por um bom tempo a chance de contaminação, o que dura em média duas e três semanas.

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Palavras-chave
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