Publicado em 15/08/2024, às 13h35 por Vitória Souza, Filha de Amailton e Vania
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que a propagação da mpox agora constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), o nível mais alto de alerta da organização. A decisão foi tomada após a reunião do Comitê de Emergência, convocado pelo próprio diretor e realizada na manhã desta quinta-feira, 15 de agosto.
"Hoje, o Comitê de Emergência se reuniu e me informou que, em sua opinião, a situação constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional. Aceitei esse conselho", afirmou Tedros em coletiva de imprensa.
A rápida disseminação de um novo clado da mpox no Leste da República Democrática do Congo (RDC), bem como sua detecção em países vizinhos que não haviam relatado casos anteriormente, motivaram a decisão. O potencial de propagação adicional dentro e fora da África é motivo de grande preocupação.
Segundo a OMS, uma ESPII é definida como "um evento extraordinário que representa um risco à saúde pública para outros países através da disseminação internacional de doenças e que potencialmente exige uma resposta internacional coordenada". Isso indica que a situação é grave, inesperada e pode necessitar de ação imediata além das fronteiras nacionais.
Embora os casos globais de mpox tenham diminuído após o surto sem precedentes há dois anos, a doença continua a circular, especialmente em regiões endêmicas como a RDC. Neste ano, as infecções no país aumentaram alarmantemente para mais de 14 mil casos e 524 mortes, impulsionadas por uma nova linhagem do vírus.
A cepa atualmente disseminada difere da responsável pelo surto de 2022. O vírus mpox tem duas linhagens principais: Clado 1 e Clado 2. A linhagem 2, menos letal, foi responsável pela disseminação global em 2022 devido à sua capacidade de transmissão sexual. No entanto, cientistas identificaram recentemente uma nova versão do Clado 1 - denominada Clado 1b - cuja letalidade é dez vezes maior que a do Clado 2 e que também se espalha pelo contato sexual.
Nos últimos seis meses, o número de infecções na RDC já iguala o total registrado em todo o ano passado, destacou Tedros. O vírus também se espalhou para províncias anteriormente não afetadas. Além disso, 90 casos foram relatados em quatro países vizinhos: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, todos pela nova cepa. "O surgimento no ano passado e a rápida disseminação do Clado 1b na RDC são especialmente preocupantes", afirmou Tedros na abertura da reunião do Comitê de Emergência.
Enquanto isso, o Clado 2 continua a circular globalmente em menor proporção. No Brasil, por exemplo, houve 709 casos confirmados ou prováveis até agora em 2024, segundo o Ministério da Saúde. "Não estamos lidando com um surto isolado; estamos enfrentando vários surtos com diferentes modos de transmissão e níveis variados de risco", destacou Tedros.
O Comitê de Emergência incluiu 16 especialistas internacionais, entre eles dois brasileiros: Clarissa Damaso da UFRJ e Eduardo Hage Carmo da Fiocruz. No Brasil, o Ministério da Saúde declarou estar monitorando atentamente a situação e analisando evidências científicas para orientar as recomendações e ações necessárias no território nacional, "Apesar de não termos registrado ainda casos do Clado 1 fora da África, a possibilidade existe", alerta Giliane Trindade, virologista da UFMG.
Fernando Spilki, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vigilância Genômica de Vírus, ressaltou a gravidade da linhagem Clado 1b: "A mortalidade é significativamente maior comparada ao surto anterior". Segundo dados da OMS, crianças são particularmente vulneráveis com 66% dos casos e 82% das mortes na RDC sendo registradas em menores de 15 anos. José Cerbino Neto do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas acredita que a declaração de emergência pode ajudar a conter a disseminação global do vírus.
Para Fernando Spilki é crucial que os países estejam preparados, "As vigilâncias devem estar atentas para qualquer evidência de casos. Vivemos num mundo globalizado onde viagens podem facilitar transmissões". A vantagem atual reside no acesso ampliado às vacinas contra varíola tradicional que também protegem contra mpox. No Brasil, essas vacinas já estão disponíveis no SUS para grupos específicos.
A OMS solicitou aos fabricantes que submetam doses para aprovação emergencial para acelerar o acesso global às vacinas. Esta é a oitava vez que a OMS declara uma ESPII - sendo a segunda relacionada à mpox.
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