Muito se fala sobre o futuro dos nossos filhos e o que podemos fazer para torná-lo melhor. Tão importante quanto o bom exemplo e educação é guardar dinheiro para que seu filho tenha, daqui a alguns anos, um bem garantido por você. Pode ser uma viagem, um carro, um curso em uma faculdade paga ou até mesmo um apartamento. Mas a famosa poupança também já não é mais recomendada.
Um dos investimentos mais indicados para começar a guardar dinheiro para a criança desde o nascimento são os planos de previdência privada, oferecidos por diversas instituições financeiras e empresas especializadas. “A previdência privada nasceu com o objetivo de complementar a aposentadoria do INSS, principalmente para pessoas que ganham bem mais do que o teto (atualmente R$ 7.507,49). Contudo, com o passar dos anos, contudo com o passar dos anos as soluções foram ficando cada vez mais sofisticadas e flexíves pensando na necessidade do cliente”, aponta Victor Bernardes, diretor de Vida e Previdência da SulAmérica, pai de Luca e Valentina. Saiba o que é imprescindivel saber antes de fechar o plano perfeito.

Investir com consciência
Existem diversos tipos de investimento no mercade e sempre tem um mais adequado para sua família. Sua faixa de renda, o quanto você pode reservar por mês, por quanto tempo vai investir e quando pretende usar esse dinheiro. Todos esses fatores (e mais alguns, que você verá a seguir precisam ser analisados por quem entende do assunto e, é claro, pela sua famiia.
Antes de escolher um plano de previdência é preciso pesquisar bem. E a primeira coisa que você precisa ter em mente para começar um plano de previdência para seu filho é… Não, não é dinheiro! E, sim, um objetivo. Você precisa definir para que a grana que você vai investir será usada. Pode ser qualquer um, mesmo. Do intercâmbio ao festão de 15 anos. “A importância de fazer uma previdência infantil é enorme, já que é um meio de pais, tios, avós e padrinhos apoiarem o futuro das crianças e jovens, permitindo que eles concretizem importantes projetos na fase adulta”, defende Sandro Bonfim, Superintendente de Produtos da Brasilprev, pai de Lucca e André.
Marcelo Rosseti, superintendente executivo da Bradesco Vida e Previdência, pai de Rebeca e Monique, completa: “Outro aspecto interessante a destacar é que a previdência privada infantil também é uma forma de despertar a consciência dos jovens para a importância da educação financeira na vida de todos nós. A infância e a adolescência são as melhores fases para que os pais abordem o tema das finanças e se programem para ajudar os filhos a realizar suas metas”.
E por que o prazo é um fator importante? Porque ninguém tem mais tempo que uma criança e ele faz toda a diferença numa aplicação financeira. Isso porque quanto mais tempo o dinheiro ficar lá, você terá juros trabalhando a seu favor e, portanto, menor será o seu esforço pessoal de enriquecimento. Então se a intenção é deixar seu filho garantido no futuro, é válido começar o investimento logo após o nascimento da criança.
Como planejar uma previdência infantil
E há duas formas de fazer isso: ou você faz a previdência em seu nome e, futuramente, passa o investimento para ele ou, se não quiser correr o risco de cair em tentação e gastar o dinheiro antes do tempo, já faz direto no nome da criança. É importante saber que, para este caso, é preciso que ela já tenha CPF. Hoje já é possível emitir este documento para o bebê logo após o nascimento.
“Contratar um plano de previdência privada para seus filhos é bastante simples. Para isso, os pais precisam analisar as mesmas informações que analisariam caso estivessem contratando uma previdência para um adulto”, explica Talita Raupp, Gerente de Produtos de Previdência da Icatu, mãe de Felipe e Clara.

Martin Iglesias, especialista líder em Investimentos e Alocação de Ativos do Itaú Unibanco, pai da Helena, ainda sugere: “Como esses recursos tendem a ser usados em longos horizontes de tempo, é possível tentar usar o risco a seu favor investindo em carteiras com um nível maior de diversificação e com exposição a diversos mercados”.
Tipos de investimentos
Depois de analisar todos esses dados, já é possível escolher um plano de previdência com mais segurança. Nesse tipo de investimento, existem as modalidades PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) e VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres). “Muitas vezes nós, pais ou responsáveis, temos dificuldades em escolher um presente que a criança ainda não tenha, ou que realmente irá marcá-la ao longo da vida. Dar um ‘Prev Primeiros Passos’ a uma criança é uma forma de hoje viabilizar possibilidades no futuro”, diz Gustavo Lendimuth, head de Previdência do Santander, pai de Maria Clara e Theo.
Essa opção permite investir nas diversas estratégias de fundo de previdência (desde renda fixa à variável) podendo a qualquer momento realocar a posição para aproveitar os ciclos econômicos do Mercado. A Brasilprev oferece o “Brasilprev Júnior”, que pode ser contratado assim que o bebê nasce e os aportes podem ser esporádicos, sem limite ou prazo, com total flexibilidade, e o “Brasilprev Júnior Educação”, voltado para projetos de graduação, pós-graduação e intercâmbio. Embora a Sulamérica não possua nenhum plano específico para o público infantil, é possível contratar o “Prestige”, produto multifundo, com diversas estratégias de investimento.
A Bradesco Vida e Previdência tem o “Prev Jovem Bradesco”, com inúmeras opções de investimento para clientes do perfil mais conservador ao mais arrojado, e com aporte inicial de apenas R$ 50. A Icatu oferece opções de fundo também contemplando diferentes perfis de famílias, assim como estratégias de investimento. O Itaú detém opções de previdência infantil na modalidade PGBL e VGBL, são diversos funfos também nas categorias de Renda Fixa, Multimercado, Crédito Privado, Renda Variável, entre outros.
ABC do economês
Antes de escolher o melhor investimento conheça os termos mais usados:
- APORTE INICIAL: é o valor necessário para ativar a proposta. Como não é recorrente, ele é um valor maior que uma contribuição regular.
- APORTE MENSAL: aplicação mensal programada, isto é, é a aplicação que o Adulto programa de forma automática para debitar todo mês, seja da conta corrente ou por boleto.
- PGBL (PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES): paga-se imposto de renda sobre todo o dinheiro acumulado durante o tempo do investimento e possibilita 12% de dedução da Renda Bruta Anual no IR. Indicado para as pessoas que optam pela declaração completa do Imposto de Renda.
- VGBL (VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES): paga-se imposto de renda somente sobre o rendimento do que foi investido. Indicado para quem opta pela declaração do Imposto de Renda simplificada ou não declara.
- TRIBUTAÇÃO INCIDENTE PROGRESSIVA: conforme a tabela de IR vigente, indicada para quem pensa em utilizar o recurso no curto/médio prazo.
- TRIBUTAÇÃO INCIDENTE REGRESSIVA: indicada para quem pensa em utilizar o recurso no médio/longo prazo: De 0 a 2 anos, 35%; De 2 a 4 anos, 30%; De 4 a 6 anos, 25%; De 6 a 8 anos, 20%; De 8 a 10 anos, 15%; Acima de 10 anos, 10%
- TAXA DE CARREGAMENTO: cobrada no momento da entrada ou da saída. Raramente cobrada pelo mercado atualmente.

Perguntas que você deve fazer antes de contratar um plano de previdência infantil
- Qual o montante a ser investido?
- Qual o prazo desse investimento?
- Qual é o propósito desse investimento?
Fundos de investimento de previdência privada
LCI (LETRA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO)
É um título de renda fixa isento de IR que funciona assim: o banco pega seu dinheiro, usa em construção imobiliária e depois te devolve com juros (predeterminado em contrato) mais a inflação.
LCA (LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO)
Também é título de renda fixa isento de IR parecido com o LCl, mas, em vez de investir em crédito imobiliário, o banco usa seu dinheiro em agronegócio e depois te devolve com juros (predeterminados em contrato) mais a inflação.
CDB (CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO)
É um instrumento atrelado a uma dívida com um banco. Possui garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). As melhores taxas de remuneração estarão em valores acima de R$ 10.000 e prazos maiores do que 12 meses. O IR é de 15% após 721 dias de aplicação.
RENDA FIXA
O rendimento do investimento é baseado em um índice específico, que não muda, mais a inflação. Também tem taxa de juros predeterminada, que será a mesma todo mês.
RENDA VARIÁVEL
Não há previsão de rentabilidade que pode, inclusive, ser negativa. Deve ser usada com muita moderação e nunca ultrapassar a barreira dos 50% do valor investido. Existem técnicas para seu uso correto. A premissa inicial é o tempo do plano. Mais indicado para períodos superiores a cinco anos. Não deixe de fazer um acompanhamento constante.







