Rebeca Andrade conquistou a medalha de prata no individual geral feminino de ginástica artística em Tóquio e a conquista teve como base, um conselho de mãe. Depois de passar por uma terceira cirurgia no joelho direito, Rebeca não tinha mais vontade de voltar a treinar, mas a mãe dela, Rosa Braga, insistiu que ela deveria ao menos tentar voltar aos treinos e que se não se sentisse bem, seria recebida com todo amor na volta à casa, em Guarulhos.
A ginasta aceitou o conselho da mãe e voltou a rotina de treinos, e mais tarde, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, se tornou a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica na ginástica. “Essa conversa foi quando ela desmoronou. Quando ela realmente desistiu. Eu e ela, as duas, chorando. Mas me veio uma luzinha. Tive de deixar um pouco o lado de mãe, quando ela chorava dizendo que queria voltar para casa, e virar para o lado de incentivadora, dizendo a ela que ao menos se desse mais uma chance. Que tentasse voltar aos treinos e sentisse seu corpo. Ela ouviu. Dois dias depois me ligou, contente, dizendo que tinha treinado e resolvido ficar no Rio. Falou: ‘O joelho não está doendo!’. Ela se recuperou muito rapidamente”, conta Rosa.
Ela reforça que uma das características principais da filha é escutar conselhos e tentar absorver eles ao máximo: “Naquela conversa, eu falei com ela para não desistir antes de tentar, para só então decidir se iria parar ou não. Que às vezes temos obstáculos que precisamos vencer. Não sei o que deu em mim, mas algo me dizia que ela iria conseguir”.
Rebeca é fruto do primeiro casamento de Rosa, com Ricardo, com quem teve 5 filhos, mais tarde, no segundo casamento, ela teve mais 3. “A Rebeca é a quinta, dos oito. Sempre ouviu os mais velhos e mostrou responsabilidade, determinação.” São seis homens e duas mulheres, entre 32 anos e 14, e todos esportistas, como explica Rosa, lembrando que os três mais novos também estão na ginástica: Yago, de 18; Henrique, de 16, e Igor, de 14.
