A adolescência é uma fase de muitas descobertas, transformações e, claro, desafios. Um desses desafios muitas vezes invisíveis aos olhos dos pais é a rejeição social. Mas você sabia que essa rejeição, tão comum nessa fase, pode afetar o comportamento do seu filho e até mesmo moldar sua personalidade? Pois é, ela pode influenciar traços de caráter como o narcisismo, a psicopatia e o maquiavelismo. E tudo isso por causa de um fator psicológico que está sempre por trás: a solidão.
Uma pesquisa recente, publicada no Journal of Personality, revelou que as experiências de exclusão social durante a adolescência podem deixar uma marca na personalidade dos jovens. E não é só isso! A solidão gerada por essa rejeição pode ser o verdadeiro gatilho para o surgimento de comportamentos manipulativos e egoístas que, ao longo do tempo, podem se transformar em traços mais permanentes.
O impacto da rejeição social
Quando falamos de adolescência, estamos lidando com uma fase de adaptação. A personalidade está sendo construída e, muitas vezes, é bem moldada pelas relações sociais que os jovens vivenciam. Na maioria das vezes, esse processo acontece de forma tranquila. Mas quando os adolescentes passam por rejeição social, seja na escola, entre amigos ou até mesmo na família, eles podem começar a desenvolver características que buscam protegê-los da dor da exclusão.
E, como em toda fase de desenvolvimento, a adolescência é um período crítico onde esses traços podem se firmar. No estudo mencionado, os pesquisadores analisaram como a exclusão social pode estar ligada ao desenvolvimento de traços conhecidos como “Tríade Sombria” da personalidade — maquiavelismo, psicopatia e narcisismo. Mas o que isso quer dizer? Em termos simples, são características de comportamento que envolvem manipulação, falta de empatia e um amor exagerado por si mesmo.
O elo entre a rejeição e a formação de traços negativos
O mais interessante é que, de acordo com o estudo, a solidão, gerada pela rejeição social, atua como um elo crucial nesse processo. Em vez de a exclusão social impactar diretamente a formação desses traços, é a sensação de solidão que o adolescente sente que faz com que ele desenvolva comportamentos mais egoístas ou manipulativos.
Os pesquisadores acompanharam um grupo de adolescentes e notaram que aqueles que experimentaram a rejeição social inicialmente passaram a se sentir mais sozinhos. E, ao longo do tempo, essa solidão levou ao fortalecimento de características mais negativas, como a busca por controle sobre os outros e a falta de empatia.

O que isso significa para os pais?
Calma, pais! Embora os resultados desse estudo possam parecer um pouco alarmantes, é importante lembrar que há muito o que podemos fazer para ajudar nossos filhos. O apoio emocional, a atenção nas relações sociais e, claro, a comunicação aberta são ferramentas poderosas para evitar que a solidão se torne uma armadilha psicológica.
Falar sobre sentimentos e garantir que o adolescente se sinta acolhido e compreendido em casa pode ser uma forma eficaz de evitar que ele se sinta excluído ou isolado. Além disso, incentivar atividades sociais saudáveis, como esportes em grupo ou projetos colaborativos, pode ajudar a reforçar o senso de pertencimento.