A doença de Alzheimer é frequentemente associada a indivíduos na terceira idade, mas uma forma menos conhecida da condição, chamada Alzheimer de início precoce, pode manifestar-se em pessoas a partir dos 30 anos. Com aproximadamente 3,9 milhões de pessoas afetadas globalmente entre 30 e 64 anos, essa forma de Alzheimer representa um desafio significativo e muitas vezes subestimado.
Sintomas e desafios do Alzheimer
Embora o Alzheimer geralmente se desenvolva após os 65 anos, seu início precoce pode ser particularmente complexo. Os sintomas iniciais em pessoas mais jovens podem ser sutis e variados, tornando o diagnóstico mais difícil. Dentre os primeiros sinais, estão a dificuldade em manter a concentração, uma redução na capacidade de coordenação motora e altos níveis de ansiedade. Esses sintomas podem facilmente ser confundidos com outras condições, o que pode atrasar o diagnóstico correto.
A perda de memória, um dos sintomas mais conhecidos do Alzheimer, também pode estar presente, mas em pessoas mais jovens, outros sinais podem se destacar. A natureza progressiva da doença, que compromete as funções cognitivas de forma gradual, exige uma atenção especial para esses sinais iniciais.
Fatores de risco
Alguns fatores podem aumentar a probabilidade de desenvolver Alzheimer de início precoce. Entre eles, destacam-se:
– Condição cardiovascular deficiente: Baixos níveis de condicionamento físico podem impactar a saúde cerebral.
– Capacidade cognitiva reduzida desde a juventude: Pessoas com menor desempenho cognitivo na juventude podem estar em maior risco.
– Predisposição genética: Genes específicos, como APP, PSEN1 e PSEN2, têm sido associados ao desenvolvimento precoce da doença.
– Histórico de lesões cerebrais: Traumas cerebrais anteriores também são considerados um fator de risco.

Para aqueles preocupados com a possibilidade de Alzheimer precoce, a realização de testes genéticos pode fornecer informações valiosas sobre a presença de variantes genéticas relacionadas à doença.
O impacto do Alzheimer precoce
Estudos recentes indicam que o Alzheimer de início precoce pode ser mais severo do que o Alzheimer que aparece mais tarde na vida. As mudanças cerebrais associadas a essa forma precoce da doença podem ocorrer de maneira mais rápida e agressiva. Pessoas com Alzheimer precoce tendem a ter uma expectativa de vida reduzida em cerca de dois anos em comparação com aqueles que desenvolvem a condição mais tarde.
Nos casos de Alzheimer precoce, as áreas do cérebro responsáveis pelo processamento sensorial e pela coordenação motora costumam mostrar sinais mais pronunciados de dano. No entanto, o hipocampo, que desempenha um papel crucial na memória, pode ser menos afetado inicialmente em comparação com os casos de Alzheimer que surgem em idades mais avançadas.
Diagnóstico e Tratamento
Reconhecer os sinais de Alzheimer precoce é fundamental para iniciar um tratamento eficaz o quanto antes. A identificação precoce pode permitir a implementação de estratégias para retardar o progresso da doença, o que pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e proporcionar um manejo mais eficaz dos sintomas.
Prevenção e cuidados
Embora a causa exata do Alzheimer precoce não seja completamente compreendida, adotar um estilo de vida saudável pode desempenhar um papel importante na redução do risco. Estudos demonstram que a prática regular de exercícios físicos e uma dieta equilibrada rica em vegetais, frutas secas e chocolate pode ajudar a proteger o cérebro. Em um estudo realizado na Itália, foi observado que pessoas que se exercitam por mais de duas horas e meia por semana apresentam melhor desempenho em testes de memória, mesmo quando possuem predisposição genética para a doença.