Semana do Aleitamento Materno de 2024 reforça a importância de reduzir a desigualdade na amamentação

Nesta quinta-feira, dia 1 de agosto, começa a Semana Mundial do Aleitamento Materno 2024, que se estende até o dia 7 de agosto. O tema escolhido para este ano é: Reduzindo a desigualdade: Apoio à amamentação para todos. O grande destaque desta edição é a importância da amamentação em situações de vulnerabilidade. Durante todo o mês do Agosto Dourado, a Campanha dos Conselhos de Enfermagem vai enfatizar o quão importante é incentivar a amamentação em todas as situações, mesmo as mais adversas. “Onde faltam perspectivas, o leite humano nutre o futuro”,é o tema da campanha, que destaca os efeitos positivos, futuros e protetivos do aleitamento.

A Semana Mundial do Aleitamento Materno foi criada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA) e conta com o suporte dos Conselhos de Enfermagem. “Neste ano, o tema ressalta a importância de reduzir desigualdades para garantir a amamentação em cenários vulneráveis, em especial na primeira semana de vida, situações de extrema pobreza, de emergência e crises”, conta a coordenadora da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde do Neonato e da Criança do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Ivone Amazonas.

Diversos estudos e pesquisas comprovam que o leite materno é rico em imunoglobulinas, protegendo os pequenos de diferentes doenças, como infecções, pneumonia e diarreias. Além de reduzir as chances futuras de desenvolver certas doenças crônicas e a contribuição para o desenvolvimento integral e criação de laços afetivos. De acordo com dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno pode diminuir até 13% o falecimento de crianças mais novas do que 5 anos por causas evitáveis.

“A amamentação traz segurança nutricional e conforto afetivo. É fundamental para a manutenção da Saúde da criança, em especial nas situações de maior vulnerabilidade. É dever dos profissionais de Enfermagem promover a amamentação desde o nascimento, acolhendo e orientando a puérpera”, diz Ivone.

E em casos de emergências? 

As chamadas situações de crises, como por exemplo a emergência climática que o Rio Grande do Sul vem sofrendo, também podem pôr em risco a amamentação. “A assistência ao binômio mãe-bebê deve ser priorizada, garantindo aos lactentes a presença contínua da mãe, desde o resgate à possível internação”, enfatiza a coordenadora.

Em todos os casos, especialmente os em que haja alguma dificuldade com o aleitamento, devem seguir orientações de profissionais. No caso de lactantes,  se por um acaso estiverem separados dos filhos, deve-se incentivar e ser realizada a extração manual do leite de 6 a 8 vezes em um dia para a manutenção da produção de leite materno. O suporte psicológico pode ser um aliado para a manutenção da amamentação.

Para os bebês com 6 ou mais meses, junto do aleitamento, deve ser oferecida água potável e uma alimentação balanceada e adequada, com muitos minerais e o menor número possível de alimentos processados.

A chamada Cadeia de Calor

O conceito criado pela Aliança Global para a Amamentação, chamado “cadeia de calor”, se refere a rede de apoio, desde os familiares até o sistema de saúde e locais de trabalho, é crucial para a continuidade desta prática tão importante. Esta ‘cadeia’ enfatiza a necessidade do apoio constante durante a amamentação, pré-natal, parto e puerpério até os primeiros anos. Parecido com a “cadeia de frio”, criada para estimular a conservação de vacinas em temperaturas baixas, a amamentação necessita muito apoio e atenção para as lactantes.

Os profissionais de Enfermagem são peças chaves durante este processo. “Além de orientar a mãe e atuar no manejo da amamentação, é importante também envolver os familiares no apoio à amamentação. O cuidado com o bebê passa pelo cuidado com a recém mãe”, comenta Ivone.