Uma menina de 11 anos deu á luz na província de Tucumán, na Argentina, após a equipe médica se recusar a fazer um aborto determinado pela justiça. O caso indignou o país, já que a gravidez aconteceu após a menina ter sido abusada pelo namorado da avó e a justiça ter determinado que a gravidez não fosse levada adiante.
De acordo com as leis locais, o aborto pode ser realizado em dois casos: se a gestação comprometer a vida da mãe e em caso de estupro, não importando as semanas.
A menina se enquadrava nos dois casos, já que foi diagnosticada com pré-eclampsia e poderia morrer caso levasse a gestação à frente.
Além disso, a família e a menina também queriam interromper a gravidez. “Eu quero que você tire o que o velho colocou em mim”, disse a menina, de acordo com o registro do caso após o relatório de abuso.
No entanto, a ginecologista obstetra Cecilia Ousset se negou a seguir a ordem judicial e realizou uma mini-cesárea na criança, dando à luz um menino de 19 semanas, pesando 600 gramas.
A mãe da menina e diversas organizações nacionais classificaram a decisão dos médicos como “tortura”, uma vez que sua vontade não foi levada em conta.
Diversos protestos aconteceram na Argentina, questionando a cesárea, uma vez que o aborto deveria ter sido o procedimento adotado.
Apesar da decisão judicial ter sido desrespeitada, o governo da província justificou a ação dos médicos e pediu que “os procedimentos necessários para salvar as duas vidas”.
O bebê está internado, mas suas chances de sobrevivência são muito baixas. A menina passa bem.
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