Depois de muitos anos longe dos holofotes, veio à tona uma decisão significativa tomada pela filha de Elize Matsunaga e Marcos Matsunaga, hoje com 14 anos. Criada pelos avós paternos desde bebê, a adolescente optou por uma mudança importante em sua documentação: ela deseja retirar o nome da mãe biológica dos registros civis. Essa informação foi confirmada pelo avô, Mitsuo Matsunaga, que cuida da neta ao lado da esposa desde que o trágico episódio envolvendo seu filho ganhou repercussão nacional.
A infância marcada por um segredo
O caso que chocou o Brasil ocorreu em 2012, quando Elize tirou a vida de Marcos, até então um dos empresários da marca Yoki. O crime ganhou grande repercussão não só pela brutalidade com que foi cometido, mas também por envolver uma figura pública. Na época, a filha do casal tinha apenas um ano e, desde então, nunca mais teve contato com a mãe.
Segundo relatos do jornalista Ullisses Campbell, autor da biografia de Elize, a adolescente só descobriu a verdade sobre seus pais mais tarde, e de maneira bastante dolorosa. Durante boa parte da infância, acreditava que seus avós eram seus verdadeiros pais. Em uma atividade escolar, uma pergunta feita por um colega sobre quem a menina levaria na escola, ela respondeu os pais (se referindo aos avós) trouxe à tona a realidade: “teus pais não, seu pai está morto e sua mãe o matou”, relembra o biógrafo em entrevista a Evelyn Regly.

Ajuda psicológica e amadurecimento da decisão
Com o choque da descoberta, os avós paternos buscaram apoio psicológico para a neta. Ao longo do tempo, ela foi sendo preparada para entender os acontecimentos de forma mais consciente. Hoje, com quase 15 anos, já tem plena noção do que aconteceu e, acompanhada pelos avós, decidiu que não quer mais manter o nome da mãe nos documentos oficiais. “
Ai a menina ficou desesperada e os avós decidiram levar para psicólogo e agora ela já sabe de tudo. Hoje acho que ela tá quase fazendo 15 anos. E o que os pais do Marcos fazem hoje…eles movem uma ação na justiça para tentar tirar o nome da Elize dos documentos da filha. Que é o que o filho do Cristian Cravinhos conseguiu”.
Apesar da distância e do silêncio ao longo dos anos, Elize não desistiu de tentar se reconectar com a filha. Para o livro biográfico feito por Ulisses, ela escreveu uma carta comovente, na qual tenta justificar sua ausência e explica por que deseja conversar com a menina. “A menina nunca vai deixar de ser filha dela”, diz o jornalista, e ainda afirma que, caso a filha não queira manter contato após ouvir sua versão, Elize irá respeitar essa escolha.
Reaproximação com possíveis interesses financeiros
Ullisses também levanta uma questão sensível: a possibilidade de a reaproximação estar motivada por interesses além do afetivo. Como a adolescente deve herdar os bens deixados pelo pai, se o vínculo com a mãe biológica não for legalmente rompido, Elize poderia eventualmente ter direito à herança caso algo aconteça com a filha. Isso levanta dúvidas sobre as reais intenções por trás do pedido de contato.
O avô paterno, Mitsuo Matsunaga, prefere manter uma postura prudente em relação ao possível encontro entre mãe e filha. Segundo ele, a neta, mesmo depois de descobrir a verdade, continuou chamando os avós de “pai” e “mãe”, como sinal de carinho e reconhecimento pela criação recebida.
Mitsuo acredita que a decisão de reencontrar ou não Elize deve partir da própria jovem, mas apenas quando ela atingir a maioridade. “Quando ela tiver 18 anos, poderá escolher o que quiser: se quiser continuar morando com a gente, tudo bem. Se quiser viajar, morar fora ou ver a mãe, ela terá essa liberdade”, afirmou.