Durante sua participação no quadro Pode Perguntar, exibido no último domingo (29) no Fantástico, Luana Piovani compartilhou detalhes marcantes sobre sua infância e as feridas emocionais que carregou ao longo da vida. A conversa, conduzida por entrevistadores autistas, trouxe à tona memórias difíceis relacionadas ao abandono paterno e à relação com sua mãe.
Primeiros anos e o sumiço do pai
A atriz contou que, aos dois anos de idade, presenciou a separação dos pais. Logo após o divórcio, seu pai biológico desapareceu da sua vida. Cerca de sete meses depois, sua mãe iniciou um novo relacionamento, com um homem que acabou se tornando figura fundamental em sua criação.

“Minha mãe ainda estava trabalhando no banco, e era ele quem me alimentava e cuidava de mim nesse período”, revelou Luana. Seu pai biológico, por outro lado, já havia constituído uma nova família e se recusava a cumprir com obrigações legais, como o pagamento da pensão alimentícia.
Adoção e crise emocional na infância
Diante da relutância do pai biológico em assumir responsabilidades, um advogado da família sugeriu que ele renunciasse à paternidade legal. Segundo Luana, a decisão foi aceita de imediato. “Quando ele saiu da minha certidão, quem entrou foi o homem que sempre me criou. Ele me adotou como filha oficialmente”, disse.
Ela também se recorda da reação que teve ao compreender a situação. Aos 10 anos, confrontou a mãe com uma pergunta que revela a dor do momento: “Mãe, o meu pai me deu?” O episódio desencadeou uma forte crise de choro, mostrando como a rejeição paterna marcou profundamente sua infância.
Feridas emocionais e impactos na vida adulta
Mesmo após a adoção legal, a presença esporádica do pai biológico com sua nova família gerava desconforto. “Sempre que eles iam embora, eu me sentia vazia. Me perguntava por que nunca era eu naquele colo”, lembrou.
Essa insegurança acabou se refletindo nos relacionamentos da fase adulta. Luana confessou que, ao se envolver com homens, carregava o medo constante de ser deixada. “Sentia que não podia errar. Se eu falhasse, seria abandonada de novo”, desabafou. A atriz revelou que só conseguiu começar a superar essas questões com acompanhamento psicológico.
Trauma de abandono? Não mais! Luana Piovani superou tudo com muita terapia ❤️🧠 #PodePerguntar #Fantástico pic.twitter.com/LYAJnL4JRE
— TV Globo 📺 (@tvglobo) June 30, 2025
Superação e a nova relação com a mãe
Além das questões envolvendo o pai, Luana abordou outro tema delicado: a depressão da mãe. Ela admitiu que, por não compreender a doença, chegou a agir com ingratidão. “Eu dizia que a vida dela era boa, mas ela, muito fragilizada, respondia que mesmo sabendo disso, não conseguia se sentir feliz”, contou.
A falta de informação sobre saúde mental dificultou o entendimento naquela época. Hoje, no entanto, Luana reconhece a gravidade da depressão. “Agora eu entendo que é uma doença real, como a diabetes. E, graças a Deus, minha mãe está bem. A gente tem uma relação linda”, afirmou com emoção.