Durante uma conversa franca no programa Conversa Vai, Conversa Vem, a atriz Paolla Oliveira abriu o coração sobre os impactos pessoais e profissionais de sua escolha de não ter filhos. A entrevista, conduzida por Maria Fortuna no canal do jornal O Globo, trouxe à tona reflexões importantes sobre o papel da mulher na sociedade e os estigmas ainda presentes em torno da maternidade.
“Família é o quê?”: atrizes questiona critérios de marcas
Ao abordar o tema, Paolla foi direta e pontuou que não acredita que a maternidade deva ser encarada como uma obrigação ou uma forma de garantir cuidados no futuro: “Diante da impermanência que é a vida, que garantia tenho disso? Acho muito cruel a gente pensar por esse aspecto”, disse a atriz.
A fala ganhou força ao ser acompanhada por um episódio marcante de sua carreira. Segundo Paolla, ela perdeu contratos com uma marca após uma mudança na equipe de marketing.

“Essa história é muito engraçada, porque eu já vinha fazendo [publicidade]. E aí mudaram as cabeças pensantes dessa marca, e daí foi uma questão: ‘A gente tem que ver outra pessoa, porque ela não é tão familiar’. E aí eu falei: ‘Família é o quê?’”, relatou.
“Talvez eu não fosse mulher o suficiente”
A atriz, que atualmente vive a personagem Heleninha na novela Vale Tudo, não conteve a emoção ao aprofundar o relato. “Pasme: eu fiz dez anos numa campanha em que disseram que eu talvez não fosse mulher o suficiente, ou que eu não devia estar na sociedade como uma pessoa que tem família por não querer ser mãe”, revelou, às lágrimas.
Apesar do preconceito enfrentado, Paolla reforçou que sua trajetória profissional ajudou a desconstruir estereótipos e provar que o conceito de família vai além da maternidade.
“Provei, durante dez anos, que a gente pode falar de família, ser amorosa, falar de datas que nos são caras em relação à família, sobre afeto por outro aspecto. Não que esse aspecto [de ser mãe] não seja importante. Acho que ser mãe é de uma grandiosidade gigantesca, mas não é meu desejo, apenas não é minha escolha. Mas isso não me reduz, isso não me diminui.”