O príncipe Harry está no centro de uma controvérsia após a presidente da Sentebale, instituição de caridade que ele cofundou, acusá-lo de assédio e intimidação em larga escala. A ONG foi criada para apoiar jovens com HIV e AIDS em Lesoto e Botsuana, países com os quais o príncipe tem uma ligação pessoal desde a década de 2000. No entanto, a recente disputa entre Harry e a presidente Sophie Chandauka resultou na saída do príncipe da instituição, o que tem gerado uma série de reações públicas.
Em 2006, Harry e o príncipe Seeiso de Lesoto fundaram a Sentebale em homenagem à princesa Diana, mãe do príncipe, com o objetivo de melhorar a vida de jovens afetados pelo HIV e pela AIDS. No entanto, após quase duas décadas de trabalho à frente da instituição, Harry e Seeiso tomaram a difícil decisão de renunciar ao cargo de maneira repentina. O motivo foi uma disputa com a presidente Sophie Chandauka, que, em entrevista à Sky News, fez acusações graves contra o príncipe, descrevendo sua renúncia como um ato de “assédio e intimidação em grande escala”.
Chandauka revelou que a saída de Harry foi marcada por uma falta de comunicação, explicando que o príncipe autorizou a divulgação de uma informação prejudicial ao público sem notificá-la previamente. “Em algum momento, o príncipe Harry autorizou a divulgação de uma notícia prejudicial para o mundo sem me informar ou aos diretores do meu país, ou ao meu diretor executivo”, disse ela, referindo-se ao momento em que Harry anunciou sua decisão de deixar a organização.
A presidente da Sentebale também compartilhou sua visão sobre o impacto desse episódio: “E você pode imaginar o que esse ataque fez comigo e com os 540 indivíduos nas organizações Sentebale e suas famílias. Esse é um exemplo de assédio e intimidação em grande escala”, declarou Chandauka, visivelmente abalada com o ocorrido. As palavras de Sophie causaram comoção e geraram uma grande repercussão nas redes sociais, com muitos questionando a atitude de Harry diante da situação.
A entrevista, que será transmitida na íntegra no dia 30 de março pela Sky News, foi aguardada com grande expectativa, mas os representantes do príncipe Harry e de sua esposa, Meghan Markle, não forneceram respostas imediatas às acusações feitas por Chandauka. De acordo com fontes próximas ao casal, não houve uma resposta formal à entrevista, o que deixou o público em suspense sobre o posicionamento da dupla em relação aos comentários da presidente da Sentebale.
Uma fonte que estava próxima aos patrocinadores da ONG, incluindo Harry, afirmou que a decisão de renunciar já era esperada, considerando o que foi descrito como um “golpe publicitário”. A mesma fonte também relatou que, apesar da situação delicada, a decisão de sair foi mantida com firmeza por todos os envolvidos.
Harry e Seeiso, em um comunicado conjunto divulgado na quarta-feira, 26 de março, lamentaram profundamente o rompimento irreparável da relação com os credores da instituição de caridade e expressaram sua tristeza pela separação. “É devastador”, disseram os dois, refletindo o peso emocional da decisão.
Sophie Chandauka, por sua vez, também fez declarações severas sobre a gestão da Sentebale, acusando a instituição de estar imersa em “má governança, gestão executiva fraca, abuso de poder, intimidação, assédio e misoginia”. Essas palavras apontam para uma crise interna que estava se intensificando nos bastidores, antes mesmo do rompimento público com Harry e Seeiso.
Além disso, em entrevista ao Financial Times, Chandauka revelou que a equipe de Harry havia solicitado sua ajuda para proteger Meghan Markle após uma série de notícias negativas envolvendo a duquesa. No entanto, a presidente da Sentebale disse que se recusou a intervir nesse contexto. Ela também criticou a forma como a ONG estava sendo administrada, dizendo que o modelo de gestão “não era mais apropriado em 2023, em um mundo pós-Black Lives Matter”.
A resposta de Harry e Seeiso a essas acusações foi clara: os credores da Sentebale, segundo eles, agiram de maneira a proteger os melhores interesses da organização ao solicitar que Chandauka deixasse seu cargo. Contudo, a presidente não aceitou a pressão e decidiu processar a Sentebale para garantir sua permanência na posição. Este embate legal pode prolongar ainda mais as tensões internas e externas da instituição de caridade, uma vez que ambas as partes buscam a resolução de um conflito que já se transformou em um drama público.