Whindersson Nunes, aos 30 anos, participou do primeiro episódio do podcast Parece Terapia, apresentado pela psicóloga Pamela Magalhães, que estreou nesta quinta-feira (30). Na conversa sincera, o humorista falou sobre momentos difíceis da sua vida, principalmente a perda do filho João Miguel, que faleceu em maio de 2021, dois dias após nascer prematuro, com apenas 22 semanas.
Durante o bate-papo, Whindersson refletiu sobre o impacto do silêncio e a dificuldade de lidar com a dor em momentos frágeis. “Tem uma coisa que eu vi em algum lugar, mas não me lembro direito o que é. Também não sei se é exatamente isso, mas acho que se chama ‘silêncio judeu’. Não sei se você já ouviu falar. Eu estava lendo… tô me lembrando aqui… que é tipo assim: você está numa situação em que não tem palavras, então oferece sua presença à pessoa e fica ali, em silêncio.”
O humorista ainda confessou não ser muito fã dessa presença silenciosa, preferindo ficar sozinho quando está passando por momentos difíceis. “Não sei se eu sou uma pessoa que gosta muito disso, não. Acho que não gosto muito, sou mais de ficar só mesmo. E assim, não tô num momento de dor, nem num momento difícil. Eu fico bem sozinho. É. Prefiro.”

Internação e autocuidado
No início de 2025, Whindersson optou por se internar voluntariamente em uma clínica psiquiátrica no interior de São Paulo para cuidar da saúde mental. A decisão foi anunciada pela produtora, que ressaltou o comprometimento do humorista com o tratamento e seu público. Após algumas semanas, Whindersson recebeu alta.
Sobre o luto e a perda do filho
Ao falar da morte do filho, João Miguel, Whindersson criticou a forma como muitas pessoas tratam a perda.
“Não é que seja difícil ajudar, mas acho que falta tato. Muita gente não tem tato hoje. Por exemplo, quando eu perdi um filho, apareceu muita gente dizendo: ‘Ah, mas você vai ter outro, relaxa…’ Como se o problema fosse eu não ter uma criança física comigo. Mas não é isso.”
O humorista ainda destacou que já teria outros filhos, se desejasse, mas que o luto não é algo que se supera simplesmente com substituições.
“Eu tive um bebê, e agora não tenho mais ele. Eu queria ele, entende? Sim, posso ter outros filhos, se eu quiser. Já teria tido, pra falar a verdade. Mas não é assim que funciona. Essas coisas irritam. Não me tiram do sério, mas me irritam um pouco.”