O corrimento vaginal é uma preocupação comum entre as mulheres, já que pode ser um indicativo do que está acontecendo no seu corpo, de acordo com as variações de aspecto, odor, coloração, espessura e quantidade. Saber identificar o que a secreção está “querendo te dizer” pode ajudar a entender melhor quando as coisas estão (ou não) em ordem internamente.
Entre os tipos de corrimento, um dos mais comuns é aquele com aparência de clara de ovo. Se você já se deparou com essa situação e ficou em dúvida se ele pode estar relacionado à gravidez, ovulação ou até mesmo algo que precise de ajuda médica, fique tranquila, pois vamos desvendar o que essa secreção pode indicar sobre a sua saúde íntima.
O que é o ‘corrimento clara de ovo’?
Em primeiro lugar, é importante entendermos que, na verdade, a secreção vaginal tipo clara de ovo não é um corrimento, que em geral é patológico e precisa de tratamento. Sendo assim, a forma mais adequada de chamarmos este fenômeno popularmente é “muco clara de ovo” e, na medicina, “muco cervical do período fértil” – pois ele não está associado a um problema de saúde, e sim a uma etapa do ciclo da fertilidade da mulher.
![](https://paisefilhos.com.br/wp-content/uploads/2024/11/httpswww.paisefilhos.com_.brmediauploadslegacyfef247c82f94c3e1dc907f476a7c9a4f6c0aa5c9ad.jpg)
De acordo com a Dra. Elis Nogueira de Fávero, especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira, diferentemente do muco branco, mais comum durante o ciclo menstrual, o “muco clara de ovo” também é completamente normal e muito comum em todas as mulheres que ainda menstruam. “Ele é fruto de uma alteração hormonal importante do ciclo menstrual, e o seu fluxo se inicia normalmente no primeiro dia do período fértil, o dia da ovulação, quando ele também ocorre geralmente em maior quantidade”, explica.
Por esse motivo, o muco costuma ser transparente e elástico, lembrando uma clara de ovo crua. Isso é um dos indicativos da boa saúde reprodutiva da mulher, em especial quanto ao ciclo menstrual.
Essa secreção pode estar relacionada à gravidez?
Em geral, de acordo com Elis, a secreção não está relacionada à gravidez e sim à fertilidade, o que indica que o corpo da mulher está pronto para uma gestação, uma vez que ele desempenha um papel importante na mobilidade e até mesmo na sobrevivência dos espermatozoides.
![Plano de fundo rosa com elementos relacionados a fertilidade e gravidez](https://paisefilhos.com.br/wp-content/uploads/2024/11/httpswww.paisefilhos.com_.brmediauploadslegacydbbc753cbb0663b8f83d8ed5cdc82579d0c6db5fb0.jpg)
A Dra. Márcia Mendonça Carneiro, professora titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), esclarece que mesmo durante a gravidez, esse tipo de corrimento não é encontrado. “A presença de corrimento em grávidas demanda atenção médica imediata em vista da possibilidade de doenças que podem resultar em complicações como o parto prematuro. Obviamente que a vagina não fica “seca” durante a gravidez. Neste período a secreção vaginal fisiológica é escassa esbranquiçada sem odores nem outros sintomas”.
Quando o corrimento é um alerta para procurar ajuda?
As especialistas indicam que sempre que a mulher tiver um corrimento com cheiro desagradável, cor diferente, apresentar dor, coceira ou irritação na região intima, ela deve procurar um ginecologista para identificar e tratar as causas dessa possível infecção.
A Dra. Elis explica que o muco só deixará de ocorrer nos casos em que a mulher não for mais fértil ou quando fizer uso de contraceptivos hormonais (implantes, pílulas ou “DIU” hormonal) que inibem a ovulação.
![Médica ginecologista em uma consulta com uma paciente](https://paisefilhos.com.br/wp-content/uploads/2024/11/httpswww.paisefilhos.com_.brmediauploadslegacy822d086ed8fe2762ca37b7d3d33de07304bfd33ac4.jpg)
A especialista afirma que é importante notar qualquer alteração muito significativa na secreção, comparada ao que a mulher sempre teve. “Qualquer alteração, principalmente em sua cor e cheiro, são indicativos importantes de um possível problema que necessita de rápido tratamento, como, por exemplo, infecções fúngicas ou bacterianas e feridas ou lesões de qualquer natureza. Corrimentos marrom, amarelo-esverdeado, purulento ou com odor desagradável são claros sinais de alerta”, indica.
Cuidados com a higiene são fundamentais para a saúde íntima e para evitar esse tipo de infecções. “Alguns hábitos como uso de roupas justas e sintéticas por exemplo também podem afetar a saúde íntima ao irritar a região ou interferir na ventilação, levando a alterações do pH (nível de acidez) local e propiciar o desenvolvimento de infecções e processos inflamatórios”, aponta a Dra. Márcia.
A especialista indica algumas formas de evitar corrimentos indesejáveis baseadas em evidências científicas para orientar as mulheres.
- Secar a região é fundamental para não aumentar a proliferação bacteriana, fúngica e viral;
- É recomendável o uso de roupas íntimas naturais (não sintéticas) que favoreçam a ventilação local;
- A depilação da área genital pode ser feita, uma vez que o excesso de pelos pode contribuir para o acúmulo de resíduos e secreções, mas a frequência deve ser a menor possível.
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