A gravidez é uma aventura que começa muito antes dos testes positivos e das primeiras mexidas na barriga. Quando se trata de planejar uma gestação com mais segurança, a genética pode ser uma grande aliada. Os testes genéticos estão cada vez mais acessíveis e ajudam a trazer tranquilidade em cada fase da maternidade — desde o desejo de engravidar até os primeiros dias do bebê nos nossos braços.
“Esses exames, cada vez mais disponíveis e acessíveis à população, fornecem uma visão detalhada da saúde do feto, permitindo identificar precocemente possíveis riscos e tomar decisões informadas”, explica a dra. Natália Gonçalves, gerente de reprodução humana, pesquisa e desenvolvimento na Dasa.
Se você está pensando em engravidar ou já está com a barriga crescendo, vale a pena conhecer os exames genéticos disponíveis e como eles podem apoiar uma maternidade mais informada, respeitosa e acolhedora.
Antes da gravidez: tudo começa no planejamento
A jornada começa antes mesmo da concepção. Testes genéticos feitos nessa fase ajudam a identificar se o casal tem risco de transmitir doenças hereditárias para os filhos. Exames como o teste de portador para doenças monogênicas e o mapeamento de histórico familiar avaliam compatibilidades genéticas, e com isso é possível planejar os próximos passos com mais segurança.
Além de trazer informações valiosas, esses testes ajudam a reduzir a ansiedade do desconhecido. Saber antes o que pode ser prevenido faz toda a diferença.
Durante a gestação: uma etapa cheia de descobertas
A partir do momento em que a gravidez é confirmada, cada fase traz uma nova possibilidade de cuidado. Veja alguns dos principais exames indicados:
Sexagem fetal (a partir da 8ª semana):
Com apenas uma amostra de sangue da gestante, é possível saber o sexo do bebê de forma segura. “Esse teste contribui para a construção do vínculo e ajuda no planejamento da família, trazendo leveza e preparativos para a chegada do novo integrante”, afirma a dra. Natália.
Teste Pré-Natal Não Invasivo (NIPT) – a partir da 10ª semana:
Também feito com o sangue da gestante, o NIPT analisa riscos de síndromes genéticas como Down, Edwards e Patau. E tem mais: há versões específicas para gestações gemelares e painéis mais amplos que rastreiam até 90 alterações genéticas, ideais para famílias com histórico de doenças ou gestações de risco.
Diagnóstico pré-natal invasivo (a partir da 15ª semana):
A famosa amniocentese é indicada quando outros exames apontam sinais de possíveis condições graves. Ela analisa o líquido amniótico para identificar doenças genéticas como a fibrose cística e alterações nos cromossomos com alta precisão.
Exame Pregnancy Loss:
Em casos de perdas gestacionais repetidas, esse teste feito com uma simples coleta de sangue materno pode investigar causas genéticas ou cromossômicas. A partir disso, é possível entender o que está acontecendo e planejar com mais apoio as próximas tentativas.

Depois do nascimento: o cuidado que continua
Os cuidados não terminam no parto — pelo contrário, continuam nos primeiros dias do bebê com exames que vão além do teste do pezinho tradicional.
BabyGenes – Triagem Neonatal Ampliada:
Esse exame analisa cerca de 400 doenças genéticas com apenas algumas gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido. Condições como atrofia muscular espinhal, retinoblastoma, distúrbios metabólicos e fibrose cística podem ser detectadas de forma precoce, permitindo um tratamento mais eficaz desde o início.
“Os testes genéticos são uma ferramenta de autonomia para as famílias. Eles não apenas orientam a decisão médica, mas também humanizam o acompanhamento, respeitando o tempo e as escolhas de cada mulher”, finaliza a dra. Natália.
Um passo de cada vez, com informação e acolhimento
Cada exame genético é uma oportunidade de olhar para a saúde com mais profundidade e cuidado. Seja no momento de planejar, na emoção das ultrassonografias ou nos primeiros choros do bebê, contar com a genética pode ajudar mães, pais e profissionais a tomarem decisões mais conscientes e personalizadas.