A gravidez é um momento especial, cheio de descobertas e expectativas. Quando falamos de uma gestação gemelar, essa experiência ganha ainda mais significado e exige alguns cuidados extras. No Dia dos Gêmeos, celebrado em 18 de março, vale a pena entender melhor como esse tipo de gestação acontece e o que muda no pré-natal.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, o ginecologista especialista em reprodução humana, Dr. Vamberto Maia Filho, explica tudo sobre os tipos de gêmeos, os sintomas da gestação e os principais cuidados com a saúde da mãe e dos bebês.
Quais são os tipos de gravidez gemelar?
Nem todos os gêmeos são idênticos, e isso acontece porque há dois tipos principais de gestação gemelar: monozigótica e dizigótica.
A gestação monozigótica ocorre quando um único óvulo é fertilizado por um espermatozoide e, depois, se divide em dois embriões. Isso faz com que os bebês sejam geneticamente idênticos e muito parecidos fisicamente. Dependendo do momento em que essa divisão acontece, eles podem compartilhar ou não a mesma placenta.
Já a gestação dizigótica acontece quando dois óvulos diferentes são fecundados por dois espermatozoides. Nesse caso, os bebês são irmãos como qualquer outro, podendo ter sexos e aparências diferentes. “A gestação monozigótica gera gêmeos idênticos a partir de um único óvulo e espermatozoide, enquanto a dizigótica forma bebês geneticamente distintos, com placentas separadas”, explica o Dr. Vamberto Maia Filho.
Cuidados essenciais na gravidez gemelar
A gestação gemelar exige alguns cuidados a mais para garantir o bem-estar da mãe e dos bebês. Como o corpo está nutrindo dois fetos ao mesmo tempo, a demanda por nutrientes aumenta, principalmente no segundo e terceiro trimestres. Manter uma alimentação equilibrada e rica em vitaminas é fundamental.
Além disso, o pré-natal precisa ser ainda mais rigoroso. O acompanhamento médico frequente ajuda a monitorar a pressão arterial, os níveis de glicose e outros fatores importantes, já que gestações gemelares têm maior risco de complicações, como parto prematuro e pré-eclâmpsia.
“O acompanhamento médico é essencial para garantir a saúde da mãe e dos bebês. O ganho de peso, a alimentação e o controle de possíveis complicações devem ser monitorados de perto”, reforça o Dr. Vamberto.

Como os tratamentos de fertilização influenciam na gravidez gemelar?
Alguns tratamentos de fertilização aumentam as chances de uma gestação gemelar, como a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV). De acordo com a Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (RedLara), 32,3% das gestações resultantes desses procedimentos geram gêmeos.
“O aumento das gestações gemelares na FIV acontece porque, durante o tratamento, pode ser necessário transferir mais de um embrião para o útero. Isso aumenta a possibilidade de que dois ou mais embriões se implantem”, explica o Dr. Vamberto.
Sintomas da gravidez gemelar
Os sintomas da gravidez gemelar são parecidos com os de uma gestação comum, mas podem ser mais intensos. Enjoos, cansaço, sensibilidade nos seios e aumento do apetite são comuns, só que podem aparecer com mais força por conta das mudanças hormonais.
“O corpo passa por transformações ainda mais intensas, o que pode causar sintomas mais fortes, como fadiga extrema e maior sensibilidade nos seios”, comenta o especialista.
Como é o parto em uma gestação gemelar?
O parto de gêmeos pode acontecer tanto por via normal quanto por cesariana, dependendo da posição dos bebês, da saúde da mãe e de outros fatores avaliados pelo médico. Em alguns casos, é possível que um bebê nasça de parto normal e o outro precise de uma cesariana.
“O tipo de parto varia de acordo com cada caso. A escolha é feita com base na segurança da mãe e dos bebês”, explica o Dr. Vamberto. Em gestações de trigêmeos ou mais, a recomendação geralmente é a cesariana, para reduzir riscos.
Seja qual for o tipo de gestação, o mais importante é garantir um acompanhamento médico adequado para que tudo ocorra da melhor forma possível.